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Artigo de Opinião

Administrador JM

4/03/2023 08:05

Por via das audições requeridas pelo Parlamento, os testemunhos de Luís Miguel Sousa (Grupo Sousa) e de José Avelino Farinha (Grupo AFA) foram também uma excelente oportunidade para os restantes deputados, bem como para os contribuintes/eleitores que quiseram acompanhar a transmissão online das sessões de perguntas e respostas.

A ampla cobertura dedicada pelos diferentes órgãos de Comunicação Social teve o condão de levar à esmagadora maioria dos madeirenses as explicações simples e claras de ‘quem percebe da poda’. No caso de Avelino Farinha, se cada um dos 4 mil trabalhadores (mais os seus familiares diretos) das diferentes empresas do grupo empresarial já conhecem a filosofia e a determinação do seu empregador, agora haverá muitos mais madeirenses que o conhecem melhor, e, por essa via, menos gente a dar corpo à ideia bem enraizada por cá que "um madeirense com sucesso é um ladrão".

Foram vários os dossiers explicados ponto por ponto, desde o famigerado ‘ferry’ híper-subsidiado, mas que mesmo assim não provocou a adesão da generalidade dos madeirenses, o contrato de concessão da linha para o Porto Santo, os procedimentos concursais para adjudicação de obras, a alienação do velho Jornal da Madeira, e até a forma de relacionamento dos empresários com as entidades governamentais, etc..

Quem desconhecia a maior parte dos detalhes de cada um daqueles dossiers poderá ter ficado mais esclarecido; logo, satisfeito com mais estas explicações. Mas quem tem mesmo razões para estar radiante é o Governo Regional: sem desgaste, sem partes gagas, sem assessorias e sem gastar um tostão a comunicar, o Executivo regional viu serem esmiuçadas e explicadas tantas questões que lhe dizem respeito de forma direta. No final, a subsistir alguma dúvida, esperemos que saibam aproveitar as "conversas claras e contas certas" que, para além de preservarem amizades, são mesmo necessárias para o contribuinte que tudo paga.

Perguntará o Leitor: então, se tudo é tão claro e transparente, porquê a tempestade agitada pelas declarações de Sérgio Marques, um político a que o Poder regional sempre deu palco, cobertura e regalias exageradas? Por isso mesmo é que lhe compete, a ele e só a ele, desmistificar aquela coisa que lhe deu na tal "hora de burro".

Todos os temas subjacentes à "entrevista em off" que afinal foi "em on" - a pressão de grupos empresariais, obras "inventadas" - eram e continuam a ser temas suscetíveis de serem questionados e aprofundados, como forma de zelar pela coisa pública. Não foi isso que Sérgio Marques quis. Esse debate não pode ser promovido apenas por instintos pessoais, para disfarçar incompetências, ou por deslizes de linguagem, ou, ainda pior, só porque "se ouviu dizer". Por exemplo, as questões dos deputados socialistas da Comissão Parlamentar de Inquérito foram interessantes, mas faltou-lhes mais profundidade e menos ‘voyeurismo político’. Talvez porque, na elaboração da lista de candidatos a deputados, eventualmente ter-se-ão esquecido de incluir pelo menos um jurista; mas isso são contas de outro rosário.

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