Com 740 quilómetros quadrados, pouco mais de 250.000 residentes, densidade populacional de 310 habitantes por km quadrado, setenta e cinco por cento da população fixada em 35 % do território, a oferta deste arquipélago, repousado no atlântico, no que à cultura diz respeito, é deveras impressionante.
Se muitos o visitam pela espetacularidade do rochedo plantado num azul que o embala, levando montanhas às nuvens, com vales cavados a pique, pintados a verde, onde sobressai a Laurissilva, que acarinha como relíquia exclusivamente sua, certo será que a torrente de chegadas vem em busca da sua identidade.
Daí entender-se e justificar-se a cautela com que os organismos oficiais e privados, incluindo governo, autarquias e associações, preparam a sua agenda de realizações e eventos culturais.
Então, sumariamente, poderemos falar de: Concertos, Festivais, Exposições, Feiras, Congressos, Espetáculos, Conferências, Encontros, Debates, Cortejos...
A oferta cultural passa pelos Museus: O de Arte Sacra, o das Cruzes, o Frederico de Freitas, o de fotografia Vicentes, o Etnográfico, o Henrique e Francisco Franco, a Casa de Colombo. O CR7, o Mamma, a Cidade do Açúcar, o da Baleia, o da Eletricidade, o Museu Militar, o de História Natural, o Berardo Monte Palace, o da Madeira Wine, o do Vinho e da Vinha, o do Brinquedo.
Pode e deve falar-se dos Centros Culturais: Quinta Magnólia, Memórias de João Carlos Abreu, Centro Cultural John dos Passos, Fortaleza de São Tiago, o Núcleo Museológico de Santo Amaro - Torre do Capitão, a Fortaleza São João Batista do Pico, o Núcleo Museológico Bruno do Canto, o Solar São Cristóvão, O Centro de Animação Cultural Edmundo Bettencourt, o Convento de Santa Clara, o Palácio de São Lourenço, o Núcleo Museológico Mary Jane Wilson, a casa das Mudas, as Casas de Cultura concelhias.
Vêm à tona os espaços ajardinados: O Jardim Botânico, o parque Temático, a Quinta Blandy do Palheiro, o Jardim das Orquídeas – Quinta da Boa Vista, o parque de Merendas.
Estão aí a surgir-me os eventos: O Carnaval, a Flor, O Festival de Música da Madeira, O Festival do Atlântico, O Rally, a Festa do Vinho, a Castanha, o Art Camacha, a feira Quinhentista em Machico, O Cortejo Etnográfico Camacha de Ontem, o Festival de Jazz, a Semana do Mar, as Noites do Mercado...
Ocorrem-me os arraiais: Santo Amaro, Bom Jesus, o arraial do Monte, o Santo Cristo, a Senhora da Piedade...
Os dias do Concelho, ou das Freguesias, que sempre incluem momentos culturalmente relevantes.
Os Santos populares e suas ricas tradições...
Poderei lembrar o património natural: As Levadas, os Caminhos Reais, os Miradouros, os Fortins, os espaços de convívio... bem como o excelente património edificado.
Teremos, forçosamente, de relevar a imensa dinâmica de Associações e Grupos, nas mais diversas áreas artísticas: Desde logo, na área da música, com realizações completamente surpreendentes e originais; na área do teatro, com festivais agregadores, relembrando o AMO-Teatro, o Encontro Regional. Os encontros de teatro sénior, dinamizados por Centros de Dia e Lares, de que realço o Povo-Arte. Permitam-me relevar aqui o papel da ARTE, a Associação Regional do Teatro e Espetáculo, a promover uma recolha do que nessa área se fez, ou se vai fazendo, e a motivar o ressurgimento de novas vias de expressão artística.
Na Literatura, as Feiras do Livro, a acontecerem em muitos Concelhos, os frequentes lançamentos de novos títulos.
Tanto mais a dizer, mas não me cabe no espaço mensalmente reservado.
Como nota final, orgulhoso desta terrinha, de pouco mais de 700 quilómetros quadrados, conseguir uma oferta tão ampla nesta área cultural, com significativa adesão de residentes e visitantes, sinto que esta onda imensa exige uma ampla coordenação dos eventos e realizações, para evitar atropelos, ofuscamentos e desencantos.