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Artigo de Opinião

9/02/2024 08:00

Nas últimas semanas, a nossa Região foi capa de jornais e abriu noticiários pelos piores motivos possíveis. Não irei comentar processos judiciais, mas quero deixar algumas notas sobre a crise política que a Madeira está mergulhada desde o dia 24 de Janeiro, os diferentes atos eleitorais que se aproximam e como a nossa escolha e o nosso voto é tão decisivo.

Por muito que se tente argumentar, o PSD-Madeira não tem capacidade para apresentar uma alternativa de liderança de governo que conduza os destinos do arquipélago até ao fim da legislatura. Existe à sua volta uma névoa de desconfiança, que não pode ser menosprezada por ninguém, situação que afeta a credibilidade das instituições democráticas, a Autonomia e lesa a imagem que a Região passa para fora.

Quando me perguntam por aqui sobre a situação política na Madeira não há ninguém que fique indiferente ao facto de sermos governados há 47 anos pelo mesmo partido. É inédito e deverá fazer-nos questionar...

A solução é devolver o poder aos madeirenses, para decidirem os novos protagonistas do Governo, pois o futuro de uma região não pode ficar circunscrito a um grupo muito restrito de elementos, que não sendo eleitos diretamente pelo povo, não possuem legitimidade democrática para decidir por ele.

Também o Presidente da República não pode continuar a tratar o caso com indiferença, arrastando a decisão da dissolução da Assembleia Regional para as calendas gregas. Haja coerência na deliberação tomada, e coragem para enfrentar o partido do qual foi presidente e é histórico militante. O futuro da Madeira e dos madeirenses não pode ser reduzido a jogos partidários com dois pesos e duas medidas.

Nos próximos meses seremos chamados a decidir o rumo de Portugal (10 de Março) e do projeto europeu (9 de Junho). Estou preocupada com o rumo que o país e a Europa podem tomar. Portugal não pode voltar a ser governado por uma coligação entre o PSD e o CDS, que num passado recente empurrou o país para uma situação de austeridade e que, literalmente, convidou milhares de jovens a emigrar; e muito menos pode estar aliado a uma extrema-direita populista e racista, que vê o inimigo no próximo e que embora tenha como bandeira o combate à corrupção, não consegue justificar de onde vem o dinheiro que paga as suas próprias campanhas.

Conheço bem o que defende a Direita e a Extrema-Direita. No Parlamento Europeu, a postura de bloqueio e de pouca, ou nenhuma cooperação, levou a que um conjunto de propostas ligadas ao ambiente e à saúde corressem o risco de não serem aprovadas, porque iam contra os interesses de grupos económicos e de movimentos negacionistas. Estas forças continuam a crescer e já se estima que partidos de direita radical e extrema-direita vão compor 25% do próximo Parlamento Europeu. Isto significa um enorme retrocesso.

As próximas eleições serão, particularmente, importantes para o futuro de todos nós. Sou madeirense, médica e socialista. Carrego estas três características, que fazem ser quem sou, com um grande sentido de responsabilidade e orgulho, para todos os cargos que ocupo ou que ocupei na minha vida. Tal só foi possível porque o Partido Socialista acreditou que faltava uma voz que representasse as novas gerações, o futuro da nossa Região e do nosso país.

Nos próximos atos eleitorais, só há um partido que representa o futuro e assume a responsabilidade de governar para as pessoas, em detrimento de interesses. Só o voto no PS é o garante do crescimento económico e melhores condições de vida para os portugueses, e defesa intransigente do projeto europeu solidário, justo e livre.

Juntos, iremos fazer da Madeira, de Portugal e da Europa territórios inteiros!

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