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Artigo de Opinião

22/03/2024 08:00

Já muito foi dito sobre os resultados eleitorais do dia 10 de março. As pessoas votaram de acordo com as causas que defendem e criou-se uma situação de alerta, pois efetivamente cresceu um grupo político que nunca escondeu que pretende implodir a democracia. Que tem uma linguagem de ódio, de xenofobia, racismo e misoginia. Insere-se num movimento europeu e internacional de extrema-direita que pretende acabar com a visão humanista que tem existido na União Europeia desde a sua fundação. A sua agenda é clara e quem escolheu este partido, fê-lo porque concorda com estes valores e objetivos.

Na RAM, o PSD está em luta interna. Um dos candidatos que até foi secretário regional durante muitos anos, Manuel António Correia, descobriu agora que, na RAM, há forças que criam enormes obstáculos à democracia. Concluiu que há perseguições, chantagens, bullying político em relação a si e aos seus apoiantes. Na comunicação social fica a saber-se que o motorista de Pedro Ramos, que seria apoiante de Manuel António, foi “encostado”. Quando quiseram pagar as quotas em atraso, só os apoiantes de Miguel Albuquerque conseguiram fazê-lo sem dificuldade. E Manuel António espanta-se. E algumas pessoas pasmam-se.

Pergunta-se: mas por onde andaram durante 48 anos? Nunca repararam que para quem é da oposição essa é uma prática corrente que lhe é aplicada diariamente e que tem de fazer parte da sua bagagem de cidadania e resiliência? Nunca deram conta que quem defende ideias diversas das do PSD sabe que só terá a perder se as defender? Nunca repararam que as pessoas se auto-censuram? Os funcionários públicos são “convocados” para prestarem apoio e para virem fazer arruadas pelo PSD-M em tempo de campanha eleitoral e parece que ninguém se espanta. Só quem é da oposição é que se indigna. Dois dos dirigentes de topo do PSD, Miguel Albuquerque e Pedro Calado, são envolvidos em casos de corrupção gravíssimos. Mas parece que ninguém se surpreende. As pessoas alegam que eles até fazem coisas...

48 anos de regime laranja modelaram o pensamento de muita gente, mas não de toda a gente! Há quem continue a perceber que essa política conduziu a população a uma taxa de pobreza elevadíssima. A segunda mais alta de todo o Portugal. Os problemas que se colocam na economia e na desigualdade económica são desafios enormes para os quais o PS Madeira tem respostas concretas e eficazes. Basta ter oportunidade de governar. 48 anos de governo laranja não fizeram desistir o PS Madeira, que sempre defendeu e continua a defender que é possível construir um projeto mais justo e equitativo, que ajude madeirenses e porto-santenses.

Ao longo de 48 anos, têm sido várias as gerações de militantes e de líderes que nunca desistiram de lutar. Que nunca perderam a motivação e a resiliência. Nem vão agora baixar os braços. Por vezes, pode parecer que há quem deseje a desunião, para que o poder laranja continue a reinar nesta Região, mas isso é uma ilusão. A quem nos coloca uns contra os outros, respondemos com união e motivação, com equipas e talento, com conhecimento e humildade, com abertura e trabalho, com responsabilidade e alegria. Com paz e não com guerra. Com esperança que não morre.

Porque sabemos o que queremos. Porque somos do tamanho do que vemos e não do tamanho da nossa altura.

*Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos

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