São tão variados os temas a merecer abordagem que a gente mergulha na dificuldade da escolha.
Desde logo, fomos a votos.
Participação relevante, manifestação de responsabilidade cívica, vontade expressa de ter voz. Isso sim, é democracia, é a voz da comunidade que participa.
Claro que saiu uma baralhada, mas é com estes dados que a governação terá de contar e atuar.
Exige diálogo, consenso e bom senso.
Mas bom senso não foi o da primeira reunião da Assembleia representante dum país votante.
Falou-se de entendimentos prévios para a escolha duma direcção, a que chamam de «mesa», exageradamente carregada de vice-presidências e secretários, que levam mais uns bons patacos, a acrescer ao já razoável vencimento, porque se deseja agradar a gregos, troianos e beltranos, construíram-se entendimentos prévios, na linha da velha tradição parlamentar, na esperança de que tudo iria correr em rodas.
Quem gosta, porém, de brincar às palavras, como quando entrava nas velhas conversas da bola, num tom sempre aligeirado, à vezes cansativamente briguento, facilmente sai do compromisso.
Aqueles tempos em que um aperto de mão era mais que uma escritura já passaram. E pronto, rasga-se o compromisso, porque afinal, no português de alguns, entendimento não é sinónimo de acordo. Sim, houve entendimento, não houve acordo. O que é isto?
O povo ri-se da palhaçada. Até já muitos se arrependeram dos votos que entregaram.
De riso em riso, lá foi encontrada uma saída.Mas a gente ficou a conhecer do que a casa gasta.E até ficou com a impressão que, naquele lado, só o «maestro» é que toca. A orquestra tem cadeira, mas não faz harmonia, sintonia e muito menos sinfonia.
Mas houve mais votos.
Não foram universais, apenas dum pequeno grupo inscrito como associado. Não houve, porém, muita preocupação de lembrar o dever de pagar as quotas anuais. Sim, todos os que voluntariamente se inscreveram sabiam disso. Mas ele há tantas ocupações e preocupações, que o pessoal às vezes esquece.
Esse esquecimento tornou-se fatal e afastou grande fatia da possibilidade de manifestar a escolha. Porque votar, só com quotas em dia.
Dois candidatos, umas picardias, uns soltos para declarar apoio, outros contidos pelas circunstâncias de cargos ocupados, alguns ameaçados, outros convencidos por promessas, enfim...Lá correram mais ou menos conforme era espectável.
Só que...insuficientes os argumentos para a continuidade sem dissolução, eis que somos chamados de novo a votar.
Mais candidatos, mais programas, mais campanhas, mais promessas, mais canetas, mais cadernos, mais camisolas, mais cartazes, mais panfletos, mais chinfrineira, mas apelos, mais comícios, mais caravanas, mais do mesmo.
Mais dois meses e então se verá se a escolha de antes sai legitimada e reforçada ou se...
E houve mais votos.
Diferentes, estes, no sentido da palavra.
Celebraram a chegada em triunfo. Hossana! Lauda Jerusalém! Ramos, vivas, palmas, salvés, abraços, louvores, cânticos, pétalas, afetos, gratidão...Esses mesmos, passados dias: prende-o, mata-o, crucifica-o.
Oportunistas, voláteis, ingratas, arrebanhadas, acéfalas, como são as multidões...Hoje, muitos relembramos o Calvário, a solidão, o abandono, o sofrimento, a humilhação, que desaguou na vitória, no ressurgimento, no regresso.
A Páscoa será, então, sinónimo de preparação para o renovação, de passagem pela renúncia e contenção, para atingir patamares de libertação e ressurgimento.
A Páscoa passa a reunir comunidades em celebração da esperança, augurando a alegria dum amanhã positivamente diferente.
Ficou generalizada a difusão por familiares, amigos e conhecidos dos votos duma Páscoa Feliz!