Nas últimas semanas acompanhamos as eleições da Rússia. E, sem surpresa, após a “contagem dos votos” constatamos que os russos apostaram no “mais do mesmo”, dando a vitória a Vladimir Putin.
Mas que poderíamos esperar de um regime que persegue e aprisiona os seus opositores, fazendo-os “desaparecer, misteriosamente”, na tundra da Sibéria?
É um problema russo! Dizemos baixinho, aceitando a irregularidade como uma coisa normal. O problema é que o “problema russo” não se conforma às fronteiras da Federação da Rússia.
Este “problema russo”, do deficit democrático, é um problema que tem vindo a ganhar folego e se espalhado pelos quatro cantos do mundo.
Em breve iremos ter eleições na Venezuela (24 de julho) e já começamos a assistir alguns atropelos à liberdade do ato eleitoral, mais concretamente, na não disponibilização da atualização dos cadernos eleitorais, nacionais e internacionais, dentro do prazo estipulado no calendário eleitoral, apresentado pelo Concelho Nacional Eleitoral (18 de março).
Este atraso cria um obstáculo democrático aos eleitores venezuelanos, sobretudo aos que se encontram a residir fora do país, pois impede-os de se inscreverem no Registo eleitoral ou de atualizar seu centro de votação, conforme o seu lugar de residência.
A par disto, começam a surgir relatos de dirigentes da oposição ao regime de Maduro a denunciar perseguições e prisões arbitrárias a membros das suas organizações, como parte da “(a)normal” modalidade de repressão política do regime.
Mas já se começa a desenhar que, num futuro próximo, a nossa liberdade poderá não ser uma garantia, mas sim uma utopia.
De acordo com René Descartes, “A liberdade é o ato de saber avaliar bem e racionalmente todas as alternativas disponíveis antes de tomar uma decisão.”
Para mim, a liberdade é a força que me impulsiona a concretizar os meus sonhos!
É a independência de poder tomar decisões, de acordo com as minhas convicções, sem pressões ou medos externos; a liberdade é poder caminhar em segurança num mundo livre; é poder exercer, de livre consciência, a minha cidadania, é dizer “presente” sempre que sou chamada a exercer os meus deveres cívicos, em plena democracia, estando ciente das suas limitações, responsabilidades e obrigações.
A democracia procura a igualdade na liberdade e não a igualdade na submissão.
É por isso que devemos proteger a democracia com unhas e dentes; temos a obrigação de a defender daqueles que procuram destruir o que tanto custou a contruir; temos que combater aos que instigam o regresso da “noite negra”, usando a desinformação e o populismo, com discursos de ódio e medo, para criar confusão; temos que lutar contra os extremismos (de esquerda e de direita) que querem quartar a nossa liberdade.
Nunca deveremos baixar os braços na luta pela liberdade e pela democracia. Nunca poderemos nos resignar deste fervor enquanto houver quem nos tente amordaçar; nunca poderemos desistir deste esforço enquanto houver um Estado autoritário, controlado por interesses e “umbigos” e não pelo bem comum dos cidadãos.
Esta é uma luta sem fim, porque a liberdade é algo que se constrói dia a dia.
Tenhamos a coragem e a força para construir e trilhar o caminho da liberdade.
Sigamos este caminho!