O futuro é e será sempre uma incógnita, no entanto o nosso amanhã não pode ser deixado ao sabor dos caprichos do acaso. Hoje, há que saber interpretar os sinais, saber antecipar e, se as condições forem propicias, não ter medo de arriscar.
Esta é uma verdade para as nossas vidas, mas também o é para a nossa Região.
Vivemos largos meses condicionados por uma pandemia, que virou a nossa realidade do avesso, tanto na saúde como, também, ao nível socioeconómico, com as restrições pessoais que bem conhecemos, bem como com o escalar dos problemas sociais.
Pela nossa saúde tivemos que parar! Encerramos as portas de entrada no arquipélago (porto e aeroporto), limitamos o horário das empresas e restringimos a atividade ao essencial. Fazer isto numa terra cuja principal atividade é o turismo e atividades relacionadas com o turismo, requereu muita coragem, mas, pelo bem da saúde pública, teve que ser feito.
Passada a pior fase, que apesar das contrariedades, soubemos estoicamente enfrentar, fruto da resiliência dos nossos empresários e empreendedores, da confiança dos mercados económicos, dos trabalhadores que souberam suportar os estragos causados pela Pandemia, mas também fruto do trabalho desenvolvido por este Governo Regional de Coligação PSD/CDS, demos a volta por cima.
Foi o ontem, aprendemos!
Hoje, a Madeira e os madeirenses encontram-se num ponto charneira, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar, de lançar a semente à terra. Sabemos que não podemos continuar a colocar os ovos todos no mesmo cesto e há que criar condições para que a nossa economia não fique assente em apenas um pilar.
Largos passos já foram dados nesse sentido, a aposta no talento dos nossos jovens, na formação de novas tecnologias, na digitalização e na inovação tecnológica das nossas empresas, pode parecer uma presunção, mas é o caminho a seguir.
O conceito da ilha perdida no meio do Oceano Atlântico caiu por terra e hoje, a Madeira tem condições de excelência para o desenvolvimento de ideias inovadoras, temos ferramentas para acompanhar ou até mesmo rivalizar com qualquer outra parte do mundo, a condicionante geográfica deixou de ser um atrapalho.
Recentemente, na comemoração do 25.º aniversário da Start-Up Madeira, isso ficou bem patente. Uma incubadora de mais de 500 empresas, cujo objetivo é a implementação de projetos empresariais, servindo como mecanismo de estímulo ao empreendedorismo, à inovação e ao conhecimento.
No referido evento, em que foram apresentados projetos muito diversificados, que iam desde o ensino da língua portuguesa, à culinária, à criação de aplicações dirigidas ao bem-estar e à saúde, à recuperação e promoção do nosso património, passando pela realidade virtual, inteligência artificial, bem como às potencialidades do trabalho remoto e ao projeto dos Nómadas Digitais (referenciados num artigo anterior).
Hoje, trabalhamos!
Amanhã, é fundamental continuarmos a estimular estes mercados, criando ainda mais condições para que possamos desenvolver mais e melhores projetos, recebermos mais e melhores nómadas, criarmos mais e melhores empregos, mais e melhores empresas.
Como já referi, o futuro é incerto, mas a aposta nas novas gerações, no seu saber, nas novas tecnologias, no mercado digital é uma aposta que não devemos ter medo de arriscar.
Vamos olhar para amanhã com a certeza e a confiança que o trabalho está bem feito e dará bons frutos.