Os seus ignavos líderes desta feita com todo o açodamento retiraram as suas famílias do epicentro dos protestos em Maputo, capital do país.
E não só, Filipe Nyusi e seus colegas briosos da governação ausentaram-se para Pemba que dista da cidade capital 2.439,6 km alojando-se na vizinhança circunjacente da proteção ruandesa.
Não se tratou de um golpe de estado, não, mas sim uma forma de espontaneidade que provocou o transbordar emoções reprimidas de quase meio século, um agigantar corajoso de um povo que trouxe para a rua uma revolução popular genuína de proporções iguais à coragem com o fito de reivindicar a veracidade eleitoral, mas sobretudo exigindo justiça para os ativistas assassinados.
Para além disso foi uma marcha contra a pobreza perpétua, exclusão, violência e também contra a arrogância de um partido que decide sem consentimento o destino de 33 milhões pessoas, negando-lhes insistentemente um papel na democracia que camufla um partido (Frelimo) numa manta de credibilidade.
As camadas mais jovens insistem que há uma necessidade premente de compreender que as pessoas precisam de ser ouvidas e de tomar parte nas decisões para o desenvolvimento do país e de uma melhoria de vida dos seus cidadãos.
A legitimidade do partido governamental está posta em causa ou até já perdida, mas, o que se torna mais grave é de que não encontra ou não tem uma solução política à vista para toda esta instabilidade pós-eleitoral que se instalou e é recorrente.
Para a maioria dos moçambicanos são de opinião de que é hora da Frelimo renunciar e encetar uma transição do poder onde os partidos da oposição e a sociedade civil possam recalibrar a governação e do estado de direito a par da justiça sócio-económica e responsabilização.
Os relatos e vídeos dos alguns elementos da Polícia da República de Moçambique e do Exército a se juntarem aos manifestantes é fácil de compreender, pois são também como eles pessoas pobres, vivem a pobreza e igualmente desiludidos com um governo que controla uma rede de segurança, negócios, recursos naturais, crime organizado, auto enriquecimento ilícito.
Propostas para um Governo de Unidade Nacional como aquelas que foram incoadas no Quénia e no Zimbabué em 2008 após as vitórias dos partidos da oposição e violência pós-eleitoral, pode levar a resultados idênticos; destruir a oposição e consolidar o poder dos titulares.
Tudo porque estão em jogo diversos fatores, isto é um país abençoado e atormentado pelas suas riquezas minerais.
Assim, a Frelimo como muitos partidos homogénicos, governantes de países vizinhos garantem a sua permanência política fazendo com que a elite política lucrasse economicamente.
Moçambique, com um nível de corrupção há muito instalado, extensivo a atividades altamente criminosas de contrabando dos seus recursos naturais, lucro nas rotas de trânsito da heroína da África Oriental e contratos de defesa com benefícios pessoais.
Para o povo moçambicano cuja maioria as condições de vida atuais de miséria e fome numa manta de pobreza abjeta, desesperadamente, exige uma mudança convencido de que os resultados eleitorais publicados não correspondem à verdade e esperam uma pressão a nível regional e continental que não se pode resumir somente a reuniões de emergência, mas sim almejam negociar uma transição pacífica do poder, parar o tsunami de prisões e o derramamento de sangue.