É preciso de uma vez por todas que o Estado reconheça o CINM como instrumento económico e financeiro de interesse nacional.
O CINM, representa hoje cerca de 3.500 postos de trabalho, com 2.500 empresas, sendo que aproximadamente 30%, ou seja, cerca de 750 são das áreas tecnológicas.
Para além da importância que o CINM, tem no mercado de trabalho qualificado regional, este representa cerca de 12% do PIB da região, num valor a rondar os 115 milhões de euros.
É incompreensível, como é que a Comissão Europeia, já autorizou o licenciamento de novas empresas para o CINM até 2023, e é o Estado Português que impede, que desde 1 de janeiro de 2022, o CINM, possa operar e funcionar normalmente, impedindo este de poder licenciar novas empresas.
De uma vez por todas o CINM tem de ser um desígnio nacional. É preciso que todos lutemos em conjunto e em união pela manutenção deste centro e será necessário iniciar os trabalhos para o seu aprofundamento e melhoramento para o período após 2023.
Este centro não é apenas positivo para a Madeira e para os Madeirenses, é igualmente um importante instrumento para o país e deve ser olhado, pelos agentes políticos e económicos nacionais, como uma bandeira estratégica nacional.
Em conjunto e em simbiose com o CINM, temos que articular o Registo Internacional de Navios da Madeira - MAR, pois tem uma enorme importância para a economia regional e para a sua internacionalização.
O CINM e o MAR devem ser considerados pelo Estado Português como de interesse nacional e estratégico, numa visão global e de dimensão internacional.
O MAR em 2021 registou um crescimento de 7,6%, com um aumento líquido de mais 56 navios registados, passando a um total de 786 navios. O MAR é parte integrante do CINM, e passou a ser o terceiro maior registo internacional do continente europeu.
O país tem o dever ético e moral de preservar o Centro Internacional de Negócios da Madeira, pois se não o fizer, estará a entregar a outros países como o Luxemburgo, Holanda, Malta, Espanha, Polónia, Letónia, Irlanda, entre outros do continente europeu as vantagens que esta atividade promove. Só um país governado por néscios e incompetentes, poderia abandonar e desperdiçar um instrumento tão importante e vital para o país, como é o nosso CINM.
As guerrilhas apartidárias, as vontades pessoais e os Egos de alguns, não podem se sobrepor ao interesse do todo nacional e ao interesse de todos os Portugueses.
O CINM representa um dos nossos maiores ativos, é um dos "brasões" de Portugal e devemos todos cunhar o seu símbolo.
Vivemos num Portugal envelhecido, endividado, e precisamos urgentemente captar "recursos humanos" e "recursos de capital", para conseguirmos aumentar a nossa competitividade, aumentar a nossa produtividade e o PIB nacional.
Só com políticas, e instrumentos financeiros é que vamos conseguir inverter esta tendência. Precisamos de incentivos para os mais novos, para aumentar a natalidade, de atrair estrangeiros que queiram vir para Portugal trabalhar e viver, constituir família e criar raízes no nosso país, precisamos de atrair mais empresas para alocarem os seus recursos de capital em Portugal, para podermos criar riqueza, através de mais emprego, melhores salários e, assim, podermos ser também um país mais justo e equitativo.
Hoje, as grandes empresas portuguesas, estão sediadas na zona franca da Holanda, deixando os seus recursos fiscais, nesse país, e não podemos censurar a legitimidade dessas empresas. Precisamos sim, de ser inteligentes, e em articulação com estas, trabalhar para que o CINM seja ainda mais competitivo, para que as nossas empresas e outras tantas possam passar a estar registadas no nosso centro e para que esses recursos financeiros e os seus impostos possam ficar em Portugal, ajudando o país a crescer e a poder distribuir de forma mais justa estes benefícios pelo seu povo.