A gota de água foi o Orçamento de Estado para 2022, chumbado por maioria parlamentar, onde se inclui os partidos que, desde 2015, suportam o Governo de António Costa.
O chumbo do OE2022 não foi uma surpresa, aliás, era expetável, nas semanas que antecederam à discussão o orçamento, pois foram inúmeros os representantes de diversas ordens profissionais, analistas e comentadores políticos que previam para essa hipótese que agora é uma realidade.
O primeiro-ministro talhou um orçamento à sua medida e negou qualquer forma de consenso, fechando as portas ao diálogo com a direita, mas sobretudo com aqueles que foram o seu suporte ao longo dos últimos 6 anos, (PCP e BE).
Este Governo plantou o que agora está a colher, mostrou pouca ou nenhuma capacidade de negociar, de chegar a consensos e ceder a exigências sindicais, patronais e até mesmo parlamentares, perdendo, no meu entender, toda a credibilidade e confiança dos portugueses.
Um orçamento marcado pelo retorno do centralismo, fortalecendo, ainda mais, os poderes do Terreiro do Paço e prejudicando o resto do país.
Ora, muito poder-se-á dizer, mas assistimos ao fim de um Governo da República que discrimina sua Diáspora, discrimina a Madeira e atrapalha a vida dos Madeirenses e Porto-santenses.
Começa uma nova etapa na história de Portugal, um momento em que serão necessários estadistas sérios, responsáveis e com uma grande capacidade de união e conciliação, que possam colocar o interesse do país e de todos os Portugueses, incluídos da Diáspora, diante dos seus próprios interesses, pessoais ou partidários.
Portugal precisa de estadistas e não de politiquices.
O cenário mais provável é um cenário que já se verifica por grande parte da Europa, a constituição de um governo de coligação, composto por várias formas de pensar a sociedade e o futuro do país.
Cenário esse que, na Madeira, se tornou real, em 2019, com a coligação governamental PSD/CDS e que, recentemente, foi a receita para uma vitória expressiva na Câmara Municipal do Funchal.
Uma coligação responsável e coerente, dedicada à nossa Região e a sua população, pondo de lado os interesses partidários, sem arrogância, sem prepotências, trabalhando lado a lado, em equipa, com humanismo, com ética, trabalhando por um bem maior, que são todos os Madeirenses e os Porto-santenses.
Fruto dessa convergência de ideias e ideais, hoje, é possível ver as mais-valias de ter mais que um partido no arco da governação, com o CDS passou a haver mais diálogo, criaram-se novas dinâmicas, quer no Parlamento Regional, onde suportamos uma maioria, quer no Governo Regional, onde tutelamos duas secretarias, a Secretaria Regional da Economia e a Secretaria Regional de Mar e das Pescas. E foi justamente graças a essa nova dinâmica, a essa lufada de ar fresco que o CDS trouxe que fez com que a vitória no Funchal fosse possível, aliás, o CDS-PP/M foi determinante.
O humanismo, o empenho, a criatividade, a proximidade, são marcas do CDS-PP no Governo Regional da Madeira, e onde lidera, fazendo valer a pena a confiança do nosso eleitorado.
Espero que sob estes princípios, o CDS-PP encontre um caminho de conciliação e de união, porque juntos somos mais fortes e neste momento, o país precisa de todos, para dar um novo rumo aos destinos democráticos do país.