Pela primeira vez na história da autonomia na Madeira, um governo de coligação entre PSD e CDS liderou os destinos da Região. Um governo e respetiva coligação que muitos afiançavam que duraria seis meses. Mas deu trabalho. Primeiro para ultrapassar a desconfiança natural desta nova realidade governativa. É inegável que nem todos os elementos do CDS foram bem aceites pelo ‘status quo’. A dificuldade que foi em montar as secretarias afetas ao CDS é um bom exemplo. Foi preciso partir muita pedra, muita paciência e, ulteriormente, convencê-los com a competência, determinação, justiça no tratamento por parte dos responsáveis e, por fim, com o surgimento de resultados, a revelar o que não dava para esconder: afinal também há gente capaz que não partilha o cartão de filiação.
Depois não podemos esquecer que o batismo de fogo deste governo foi provavelmente dos mais complexos e intrincados do presente século. Primeiro veio a pandemia da COVID-19 e com ela uma contração económica como não há registo e toda a necessidade de conciliar esta atividade com a defesa da saúde pública. E, verdade seja dita, comparadas as realidades nacionais, a Madeira passou com distinção este desafio. Não só conseguiu manter a maioria da sua atividade comercial aberta, com restrições é certo, mas os apoios que lançou às empresas foram vitais para a sua sustentabilidade e posteriormente copiados a nível nacional. E conseguiu conjugar tudo isto com a defesa da sua população e sem prejudicar o turista, agente vital na economia regional. Por tudo o que alcançou, a imagem regional não só saiu reforçada como inclusive abriu novos mercados à Madeira, como hoje os números o demonstram.
Mais recentemente fomos assolados pela crise económica e alimentar causada pelos conflitos na Europa. O aumento do custo de vida foi inevitável, particularmente face às condicionantes geográficas da Região, agravados pelo aproveitamento da banca e dos agentes económicos, mas mais uma vez, através de medidas acertadas direcionadas à atividade económica e aos apoios sociais, conjugadas com uma fiscalização mais apertada, foi possível conter, de alguma forma, os efeitos mais nefastos da subida dos preços. Sendo importante realçar que este problema tem origens e razões que afetam a Madeira, mas que esta nenhuma influência tem na sua resolução.
E tudo isto só foi possível pela solidez do Governo Regional, do entendimento cordial entre os líderes deste projeto, e da coordenação entre os grupos parlamentares, permitindo uma governação equilibrada, estável e competente. Para ver diferente basta sintonizar um qualquer canal do continente.
As sondagens e avaliações que têm sido tornadas públicas, valendo o que valem, são, no entanto, um evidente sinal de que o bom trabalho do Governo PSD/CDS tem tido reflexo na opinião pública. Pelo que, a confirmação da coligação pré-eleitoral entre estas duas forças políticas era inevitável, a contragosto da oposição regional (e de António Costa), que se vê assim mais longe de ser a solução alternativa que tanto apregoam. Mais uma vez, vemo-nos perante uma novidade, que é a lista conjunta de candidatos. Será impossível agradar a todos, mas são as dores de crescimento de um projeto vencedor e que merece a sua continuidade.
Em Lisboa realizaram-se as Jornadas Mundiais da Juventude. Polémica atrás de polémica, extravagância atrás de extravagância, há duas imagens que ficam para a história: as 800 mil pessoas no Parque Eduardo VII e o milhão e meio de pessoas no Parque Tejo. A maioria jovens. De todo o lado. Sem esquecer as pérolas das entrevistas em direto, como a daquele senhor que fez questão de dizer que, apesar de lá estar, era "ateu, graças a Deus". Foi a confirmação que o Papa é (ainda) uma superstar e que ainda há esperança na renovação da fé da Igreja Católica.
O Marítimo inicia no próximo sábado a sua participação da Segunda Liga, 38 anos depois. Que ninguém desejava isto não vale a pena repetir. Mas aconteceu. Espera-se uma equipa capaz de lutar pela subida agora. Pelos pergaminhos do Marítimo, pela sua responsabilidade para com a Região. Para já, desconhece-se a real capacidade desta equipa. Não teve jogos a valer e o único a sério perdeu. A dispensável novela do diretor desportivo e a indefinição de alguns jogadores da época passada não abonam. A apresentação do investidor está, até ver, adiada. A margem de erro é zero para a direção. E o primeiro jogo é na Choupana. Ou isto corre bem ou os próximos tempos serão muito quentes.