Francisco Gomes, deputado madeirense eleito pelo Chega para a Assembleia da República, questionou, por escrito, o ministro da Defesa sobre a inoperacionalidade do helicóptero do Porto Santo. O ofício já seguiu para o gabinete do ministro, que, a partir de agora, dispõe de trinta dias para responder ao parlamentar.
No texto do inquérito, o parlamentar aponta que a geografia do Porto Santo, aliada à sua posição no Atlântico, torna imperativo que a ilha esteja dotada de recursos que garantam a resposta a emergências e que assegurem a proteção dos seus cidadãos e daqueles que transitam na Região. Todavia, alerta que a realidade revela um panorama preocupante, pois, segundo o parlamentar, há praticamente um ano, o helicóptero que deveria garantir a resposta às emergências encontra-se fechado num hangar, longe de cumprir as suas funções.
Para Francisco Gomes, este cenário decorre da incapacidade da Força Aérea em destacar tripulações para operar a aeronave, deixando a ilha, os habitantes e os visitantes numa situação de vulnerabilidade, colocando-os à mercê de recursos que se encontram a dezenas ou centenas de quilómetros de distância.
“A questão do helicóptero não é apenas uma falha logística, mas uma questão de cumprimento dos deveres do Estado. Aliás, a ausência do EH101 representa um desrespeito pelos direitos dos habitantes do Porto Santo, que não só põe em causa o princípio de equidade no acesso aos serviços de emergência, mas também nega a missão da Força Aérea, enquanto garante da proteção”, vinca.
A missiva também questiona o ministro da Defesa sobre a priorização de recursos e aponta que o tema do helicóptero não se trata apenas de uma decisão técnica, mas de uma escolha que reflete falta de compromisso com a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos portugueses, particularmente daqueles que vivem em zonas mais isoladas.
A concluir, Francisco Gomes solicita ao ministro que medidas concretas serão tomadas para assegurar a presença de tripulações para operar o helicóptero do Porto Santo e pede justificações para a falta de meios aéreos que se tem vindo a verificar na ilha, quando esta é, a seu ver, vital para a salvaguarda de vidas e para a proteção da Zona Económica Exclusiva.
“Não aceitamos histórias mal contadas, nem queremos que tapem o sol com a peneira. O ministro deve explicações aos habitantes do Porto Santo e a todos os madeirenses, pelo que não nos vamos calar até termos o helicóptero operacional, que é como tem de estar”, sustenta.