MADEIRA Meteorologia

Dimensão dos incêndios é “consequência do desleixo e da irresponsabilidade dos sucessivos governos da Região”

Data de publicação
26 Agosto 2024
18:28

A CDU-Madeira esteve hoje em visita às zonas ardidas do Curral das Freira, numa visita que contou com a participação da Dirigente Nacional do Partido Ecologista ‘Os Verdes’, Manuela Cunha.

Em declaração aos órgãos de comunicação social presentes, Manuela Cunha, depois de manifestar a solidariedade da CDU e do PEV com as populações afetadas e de saudar todos os bombeiros que se empenharam no terreno a combater estes incêndios, declarou que «o balanço da visita é um misto de tristeza, revolta e muita preocupação»

Segundo Manuela Cunha, há a «tristeza perante a devastação verificada, que trás grandes danos às populações afetadas. É que estes incêndios tiveram graves impactos sobre a natureza e sobre a paisagem. Os danos sobre a biodiversidade são muito maiores e mais graves do que o Governo Regional tenta fazer quer».

Disse ainda Manuela Cunha que esta é «uma situação óbvia, quando se sabe que a maior parte da área afetada se localiza dentro de zonas classificadas do Parque Natural da Madeira e em Zona de Rede Natura 2000. Áreas do maciço montanhoso com uma biodiversidade própria às zonas altas de grande riqueza e muito rara. O próprio Curral das Freiras, muito afetado pelo incêndio, é também um espaço de microclima específico que alimenta uma biodiversidade agrícola e florestal muito rica e diversa, castanheiros, ginjeiras, etc...».

De acordo com Manuela Cunha, estas realidades geram também «revolta porque a dimensão que estes incêndios (não só os deste ano, como também os de 2016, 2013 e 2010) tomaram são a consequência do desleixo e da irresponsabilidade dos sucessivos Governos da Região que não colocam a segurança das populações, nem a defesa da Natureza, nas suas prioridades. Prevenção é uma palavra banida do léxico do Governo Regional, como se pode verificar nas encostas das zonas altas, onde os restos de lenha ardida dos incêndios anteriores ainda não foram removidos e onde os eucaliptos e as acácias invadem o território. É3 urgente combater a proliferação destas espécies invasoras e de rápida combustão, que projetam os incêndios a longa distância, em caso de ventos».

Para a dirigente do PEV há ainda a destacar a «grande preocupação, porque os períodos de grande calor e ventos ainda se podem prolongar pelo outono dentro ou caso venham grandes chuvadas, estaremos perante riscos agravados de derrocadas nas zonas ardidas onde os solos ficaram desnudados».

Ao concluir disse Manuela Cunha: «Os Verdes, depois desta visita, comprometem-se a agir perante as entidades nacionais por forma a que o ICNF, e o Instituto das Florestas da Madeira trabalhem em conjunto para integrar estas zonas no Plano Nacional de Recuperação da Natureza».

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