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Oposição venezuelana diz que país está unido numa “força imparável” para mudar

Data de publicação
17 Dezembro 2024
12:56

Estrasburgo, França, 17 dez 2024 (Lusa) – A líder opositora na Venezuela e o candidato presidencial da oposição, vencedores do prémio Sakharov, garantiram hoje que os venezuelanos “estão unidos” para a mudança, numa “força imparável” que “vai triunfar”.

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“Aqueles que hoje usurpam as instituições do Estado sabem - e temem - que muitos dos seus próprios apoiantes ou antigos apoiantes partilham o desejo de avançar por novos caminhos. É por isso que ganhámos as eleições de 28 de julho de forma tão contundente: porque a Venezuela não está dividida, mas unida num único desejo de mudança e prosperidade”, declarou o candidato da oposição nas eleições, Edmundo González Urrutia, ao receber o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, atribuído pelo Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

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Reconhecido como Presidente eleito da Venezuela pelos eurodeputados, Edmundo González vincou o seu “compromisso pessoal” de “estender a mão a todos os fatores dispostos a unir-se para avançar neste caminho de harmonia e unidade nacional”.

A líder da oposição, María Corina Machado, que interveio na cerimónia por vídeo, uma vez que se encontra escondida na Venezuela, garantiu que o seu país mudou, observando uma união inédita.

“Durante um quarto de século, tentaram separar-nos, enfraquecer-nos e subjugar-nos. Aplicaram a doutrina do inimigo interior. Com a pregação sistemática do ódio, procuraram colocar-nos uns contra os outros, pessoas contra pessoas; dividir-nos em ricos e pobres, esquerda e direita, negros e brancos, os que emigram e os que não emigram, e também com base nas nossas crenças religiosas. Procuraram enfraquecer a família, o próprio núcleo da sociedade, colocando pais contra filhos e irmãos uns contra os outros”, relatou.

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Mas, afirmou, “a Venezuela prostrada reagiu” e “essa sociedade dividida decidiu reencontrar-se e ressurgir das cinzas”, movida pela vontade de reunir famílias num país afetado “pela maior crise de migrantes e refugiados do mundo”.

A líder opositora afirmou que hoje há na Venezuela “um poderoso movimento social e cultural”.

“É por isso que o 28 de julho é muito mais do que um acontecimento eleitoral”, disse, referindo-se à eleição presidencial em que as autoridades declararam a reeleição de Nicolás Maduro para um terceiro mandato, enquanto a oposição reclamou a vitória de Edmundo González, com base em mais de 80% das atas eleitorais, que publicou.

“Encarar [as presidenciais] como uma simples eleição seria ignorar a magnitude das forças que se desencadearam no nosso país e que são agora imparáveis”, acrescentou María Corina Machado, que acrescentou: “Nunca mais seremos os mesmos. Pela natureza deste movimento épico, sabemos que triunfaremos.

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