A espécie não está a dar tréguas aos agricultores madeirenses, sobretudo aos da costa Norte. O Instituto das Florestas e Conservação da Natureza está a receber reclamações que diz serem “pontuais”.Agricultura
A Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, através do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, admite, ao JM, que continuam a chegar reclamações, embora pontuais, sobre estragos que estão a ser provocados pelo pombo- trocaz e diz que se se justificar novas medidas, o Governo Regional irá estudá-las e proceder à sua implementação.
Confrontada com queixas que têm chegado ao Jornal a propósito dos estragos causados em diversas áreas agrícolas, sobretudo na costa Norte da Madeira, a Secretaria admite ter conhecimento dessas queixas mas garante que os estragos causados por aquela espécie são pontuais, quando comparados com o período anterior a terem sido implementadas medidas de controlo. Na altura, os estragos eram generalizados a toda a Região Autónoma. As medidas preventivas e de sensibilização dos agricultores mantêm-se, conforme sublinha a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, sendo que continuam a ser disponibilizados métodos de afugentamento como as fitas halográficas.
“Ao Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, têm chegado reclamações de danos pontuais na agricultura, em número muito inferior quando comparado com o ano transato, em período homólogo. Contudo, todos os estragos e danos provocados aos agricultores são de lamentar e merecem a nossa melhor atenção, no sentido de minimizar, ao máximo, esses mesmos danos”, refere a Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais em resposta ao Jornal. Entretanto, segundo alguns agricultores, as campanhas de ‘desbaste’ ou de ‘correção’ da espécie como assim denominam, que decorreram em março e abril, parecem não ter sido suficientes para afastar o pombo torcaz das zonas residenciais e com muitos terrenos agrícolas. Isto sobretudo na freguesia de São Jorge, conforme nos adiantaram. O JM contactou também um caçador que diz saber que, na realidade, há zonas que continuam a ter problemas. E explica: “apesar de as campanhas terem sido alargadas, e bem, nós, caçadores, tivemos algumas dificuldades em abatê-los. Além de atrevidos, estão muito espertos e conseguem se safar”, referiu.
A população desta espécie tem vindo, segundo a Secretaria Regional de Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas, a ser monitorizada e avaliada periodicamente desde 1996, estando atualmente estimada, nas suas áreas chave de ocorrência – floresta Laurissilva e áreas adjacentes - como superior a 12000 indivíduos.
Carla Ribeiro