Ireneu Barreto, Representante da República para a Região, diz que embora hoje seja dia de festa no concelho, “não pode fazer ignorar a tragédia” dos incêndios que assolaram a Região. Diz que é preciso apostar na prevenção e que o debate em torno deste tema tem de ser mais técnico do que político.
No seu discurso na sessão solene do Dia do Concelho, Ireneu Barreto entende ser imperioso que, a partir de agora, se reflita sobre o que sucedeu e sobre o que pode ser feito para, no futuro, a Região não passar de novo por situações semelhantes.
“O que sei é que, se não corrigirmos aquilo que depende de nós corrigir, bem podemos recear não ter a mesma sorte no futuro”, considerou.
“Se continuarmos a agir como até aqui, teremos fatalmente os mesmos resultados, e com consequências porventura muito mais graves do que as do último mês”, exorta Ireneu Barreto.
O representante da República afiança que “o mais correto, o mais seguro e o mais barato é sempre apostar na prevenção”, entendendo ser importante que os especialistas se pronunciem sobre formas de vigilância eficaz e permanente das serras.
“Como será importante que algumas práticas que, embora culturais, como engenhos pirotécnicos, queimadas agrícolas ou fogueiras na floresta sejam no atual contexto desaconselhadas, e venham a ser estritamente controladas, com recurso a todos os mecanismos legais”, reforçou, acrescentando que deverá ainda ser perspetivada uma forma para melhor preparar o território para a ameaça acrescida de incêndios.
“Finalmente, a última certeza que vos deixo é que este debate é, tem de ser, muito mais técnico do que político”, realçou, frisando a importância de os poderes públicos, todos os poderes públicos, trabalhando em conjunto e cada vez mais próximos das populações que os elegeram, possam ouvir os técnicos e concertar estratégias de intervenção de longo prazo, que permitam dar solução aos problemas que envolvem os incêndios florestais.
“Porque, ainda que com naturais, saudáveis e democráticas divergências pontuais, deve sempre prevalecer aquilo que justifica e legitima todos os poderes públicos sem exceção - o bem comum e o supremo interesse das populações que representam”, finalizou.