Miguel Albuquerque respondeu, esta tarde, ao pedido feito pelo provedor da Santa Casa e garantiu que, este ano, iniciar-se-á a negociação para o novo quadro de atualização das diárias para 2025.
Recorde-se que o provedor, Mário Nunes, conforme noticiou hoje o JM, pediu um aumento da diária que a Segurança Social paga por cada idoso institucionalizado. Segundo apontou, cada idoso institucionalizado custa cada vez mais, sendo que o valor individual anda a roçar, atualmente, os 1.600 a 1.700 euros.
Instituição recebe 2 milhões por ano
Ora, o presidente do Governo Regional da Madeira, que falava na sessão comemorativa do 489.º aniversário da Misericórdia da Calheta, que decorreu nas instalações do organismo, começou por lembrar aos jornalistas que o apoio anual concedido pelo Governo Regional à Santa Casa da Misericórdia da Calheta fixa-se em dois milhões de euros. Um apoio, aliás, de “mérito”, uma vez que a instituição “funciona muito bem” e tem “feito um trabalho relevantíssimo”.
No entanto, o governante recorda que o apoio do Governo Regional às IPSS, no quadro dos lares, é definido de dois em dois anos, sendo que “a última atualização das diárias foi feita em 2023”. Nesse sentido, o chefe do executivo afirma que este ano iniciar-se-á a negociação para a almejada atualização em 2025.
12 novas camas
Refira-se que, além da sessão comemorativa, realizou-se ainda a inauguração das obras de remodelação e ampliação do Lar Nossa Senhora da Estrela, realizadas com apoio financeiro da União Europeia FEDER. A empreitada criou 12 novas camas, totalizando sete dezenas, mas que não tinham sido enquadradas no quadro de negociações referente a 2023, pelo que necessitam de mais verbas para funcionar. “Estas 12 camas a mais vão ser apoiadas com os valores de 2023”, assegurou Albuquerque.
Atualização apoio domiciliário
Na ocasião, Miguel Albuquerque disse ainda que a prioridade neste momento é a de incentivar e apoiar o apoio domiciliário, adiantando que será feita uma atualização para 2025.
“Esse apoio domiciliário implica o fornecimento de refeições, a higiene, etc. E isso é muito importante porque vai desonerar as instituições de ter um lugar cativo e, por outro lado, é mais confortável e comodo para os próprios utentes. A pessoa gosta de estar na sua casa, de ter um apoio exterior na sua casa”, denotou.
Questionado ainda sobre a renda do vulgo ‘Hospital da Calheta’ que a Santa Casa, proprietária do espaço, diz que ser uma renda “demasiado baixa” para o investimento que foi feito, Miguel Albuquerque responde que “quem fez o investimento foi o Governo Regional” e que a renda “tem de ser justa, mas não pode ser uma forma de financiar indiretamente a Santa Casa”.
“Não podemos ter uma renda muito alta ou demasiado alta em função daquilo que é a utilização do espaço. E porquê? Porque isso seria estar a fazer um financiamento indireto à instituição e que não é permitido pelo Tribunal de Contas”, rematou.
Além dos Lares que dispõe – no Arco da Calheta (Nossa Senhora da Conceição), com 26 e na Estrela, com 70 - a Santa Casa presta serviço domiciliário, atendendo mais de duas centenas. Dispõe ainda do Centro Social do Pinheiro, UAID/RE-DE, do Serviço de Fornecimento de Refeições, de Lavandaria Social, de Medicina Física e de Reabilitação e de Loja Solidária. Através destas diversas respostas sociais, os serviços chegam a um milhar de pessoas em todo o concelho da Calheta.