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PS acusa PSD, CDS e Chega de estarem de mãos dadas contra a transparência

Data de publicação
14 Novembro 2024
17:05

O líder e deputado do PS Madeira acusa o PSD, CDS e Chega de estarem de “mãos dadas contra a transparência”, após PSD e CDS terem votado contra o projeto de resolução apresentado pelos socialistas que visa a realização de uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) à gestão dos Governos liderados por Miguel Albuquerque, e do Chega se ter abstido.

“Como é possível haver partidos que apregoam a defesa da transparência e o combate à corrupção e que, à primeira oportunidade, agem em sentido contrário e chumbam as propostas que visam, precisamente, escrutinar e fiscalizar a ação governativa e a forma como são usados os dinheiros dos madeirenses?”, questiona Paulo Cafôfo.

A proposta do PS, que tem em vista passar a pente fino os atos dos sucessivos Executivos, desde 2015, recebeu, hoje, os votos contra do PSD e do CDS e a abstenção do Chega.

“Fica à vista de todos quem são aqueles que, a todo o custo, ainda tentam dar a mão a este Governo moribundo, mais de metade do qual se encontra a braços com a Justiça, por suspeitas de corrupção e outros atos ilícitos”, critica Paulo Cafôfo, apontando baterias não apenas aos partidos que já vêm segurando o regime desde 2019 – o PSD e o CDS –, mas também ao Chega.

Em comunicado, o líder dos socialistas condena a postura “ziguezagueante e de vira-casacas” que tem vindo a ser assumida pelo Chega, que “usou a bandeira da luta contra a corrupção durante a campanha eleitoral, mas logo depois atirou-a para longe para viabilizar o Governo de Albuquerque que antes recusava”.

O mais caricato, segundo Paulo Cafôfo, é que o próprio Chega havia dado entrada no Parlamento a uma proposta semelhante, para a realização de uma auditoria do TdC à gestão dos governos de Albuquerque, mas acabou por retirá-la antes da sua discussão.

“Tudo isto só prova que abandonou os seus princípios, que está de braço dado com o PSD e o CDS e que quer manter este regime envolto em opacidade, em prejuízo dos interesses dos madeirenses e porto-santenses”, afirma o presidente do PS-M, considerando que até a apresentação da moção de censura saiu ao lado do pretendido pelo Chega.

“Pensavam que iam condicionar o sentido de voto do PS e, aos olhos dos madeirenses, tentar fazer um número de circo para que tudo continuasse na mesma, mas saiu-lhes o tiro pela culatra, porque nós não iremos segurar o Governo de Miguel Albuquerque”, sublinha.

O líder dos socialistas lembra que a proposta prevê a auditoria a vários atos, entre os quais aos contratos de prestação de serviços de valor inferior a 950 mil euros, às parcerias público-privadas (Vialitoral e ViaExpresso), aos acordos extrajudiciais celebrados no âmbito de processos que tenham decorrido em tribunal, às autorizações de entrada de prestações acessórias pecuniárias às Sociedades de Desenvolvimento e aos contratos-programa com várias instituições, nomeadamente as Casas do Povo.

O PS defende igualmente auditorias a todos os aspetos relativos à execução dos contratos de empreitadas de obras públicas, celebrados entre o Governo Regional e entidades do setor privado, com valor superior a 750 mil euros, às contas da TIIM - Transportes Integrados e Intermodais da Madeira, da StartUp Madeira, da PATRIRAM - Titularidade e Gestão de Património Público Regional, S.A, do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira e da IHM - Investimentos Habitacionais da Madeira.

“Temos sido o partido que mais tem denunciado situações pouco transparentes da gestão dos Governos de Miguel Albuquerque e não abdicaremos de continuar a pugnar pelo rigor e pela transparência, mas, desta feita, ficou evidente para todos que PSD, CDS e CHEGA estão unidos em torno de uma teia de interesses que não os dos madeirenses e porto-santenses”, remata Paulo Cafôfo.

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