Um vídeo da limpeza das piscinas da Praia das Palmeiras, em Santa Cruz, em que se vê os trabalhadores a atirarem para o mar os detritos retirados das piscinas, durante a noite, está a gerar várias críticas na Internet.
Internautas acusam a Câmara Municipal de Santa Cruz de ter praticado um "atentado ambiental", por retirar sedimentos do interior da piscina e os atirar ao mar.
No vídeo que está a circular na Internet é possível ver vários trabalhadores a encherem baldes com diversos detritos que depois são atirados ao mar.
Os sedimentos surgem aos molhos, já prontos para serem recolhidos. Os trabalhos acontecem durante a noite e no vídeo aparecem pelo menos nove pessoas nesta operação.
Os internautas acusam a câmara de "atentado ambiental", apontam a data de 14 de junho de 2023 como a noite em que o vídeo foi gravado, e sublinham que os trabalhadores "mandaram a terra toda para o mar".
Contactada pelo JM, fonte da Câmara Municipal de Santa Cruz confirma que houve sedimentos atirados para o mar, mas "apenas a areia" que o mar trouxe.
A mesma fonte explicou que os sedimentos que estavam dentro das piscinas foram trazidos pelo mar revolto durante a depressão Óscar, na última semana.
Disse também que quem está a executar a limpeza - os trabalhos ainda não terminaram - é "uma empresa subcontratada" pela Câmara Municipal de Santa Cruz. A Câmara garante que também se "surpreendeu" com os métodos usados pela empresa, mas confirma que somente a areia foi atirada ao mar. Os sedimentos sólidos de maior dimensão foram colocados em sacos pretos para serem retirados para outro local. Neste momento, já haverá 60 sacos à espera da recolha.
A mesma fonte disse ainda que se a câmara tivesse tido conhecimento prévio, que "a decisão provavelmente não seria esta", e acrescenta aliás que a devolução da areia ao mar "não é bem um atentado ambiental. Sê-lo-ia, se não tivesse vindo do mar", alega.
Relativamente à circunstância de o vídeo mostrar que os trabalhos foram feitos durante a noite, o que os internautas suspeitam que tenha sido para que ninguém visse que estavam a atirar sedimentos para o mar, a fonte da Câmara nega essa teoria e garante que foi uma questão de "urgência" os trabalhos terem ocorrido àquela hora.
Fonte do município disse que como a câmara tinha pressa em proceder à limpeza e a empresa apenas tinha disponibilidade para agir imediatamente já depois da hora de expediente, decidiram trabalhar pela noite dentro.
Neste momento, as piscinas continuam interditadas, mas o município espera que reabram brevemente.
As piscinas já estavam prontas para a época balnear, mas a depressão Óscar vai obrigar a nova pintura e à análise dos mecanismos de funcionamento das piscinas, para aferir se algum equipamento ficou comprometido.
Alberto Pita