Chegados quase ao fim do ano de 2024, a Câmara Municipal de Santa Cruz prepara-se para fazer aprovar o Orçamento para 2025. Um documento que é bem o espelho do percurso da atual equipa e que consubstancia uma herança sem qualquer paralelo com a que recebemos quando aqui chegámos em 2013.
Estávamos, então, a braços com um Município em falência financeira, com serviços que careciam de organização, sem um plano de desenvolvimento e sem medidas capazes de responder aos anseios da população.
Passados 12 anos a realidade é muito diferente.
Passámos de uma Câmara absolutamente endividada, sem poder de investimento, para uma autarquia com poder de investimento e de endividamento, com medidas sociais inovadoras e com um plano de desenvolvimento que começa a ser executado.
Quando aqui chegámos, em 2013, começámos com um orçamento de 16 milhões e uma dívida de 54 milhões. Hoje, passados 12 anos, vamos ter um orçamento superior a 50 milhões e temos uma dívida de 14 milhões.
Ou seja, a situação não apenas melhorou, e muito, como se inverteu por completo.
Não foi um caminho fácil, mas, mesmo num ambiente de grandes dificuldades, conseguimos não apenas diminuir substancialmente a dívida, como implementámos mudanças profundas na organização dos serviços, na criação de medidas sociais inovadoras, na criação de uma agenda cultural e de eventos que colocou Santa Cruz no mapa, alavancamos um plano de gestão ambiental e estamos a investir no nosso maior capital que são as pessoas. Sublinho, relativamente a esta última prioridade, não apenas a ajuda assistencialista aos que mais precisam, mas também aquela ajuda que contempla um investimento no futuro, como é o caso do investimento em educação, que já ascende a dois milhões de euros: o investimento em bolsas de estudo que já contempla mais de sete centenas de estudantes, o apoio à infância que chega a quase 900 famílias, o investimento em transportes escolares, obras de reabilitação e manutenção corrente das escolas, manuais escolares, equipamentos informáticos, instrumentos musicais, entre outras necessidades e vontades.
Foi um percurso liderado pela experiência do Filipe Sousa e por uma equipa de estreantes nas lides da política, nos quais me incluo. E acho que esteve precisamente aqui o sucesso que hoje é inegável. O que sempre nos moveu não foi a lógica tradicional das guerrilhas partidárias, mas sim o trabalho, o sentido de missão, a entrega e a disponibilidade de fazermos do nosso concelho um lugar melhor para se viver, de contribuirmos para uma maior justiça social, de alavancarmos um programa cultural e de eventos capaz de catapultar a importância geoestratégica, turística e cultural que Santa Cruz tem no panorama regional e à qual era necessário responder com medidas apropriadas e concretas.
Sim, desbravámos um caminho e conseguimos fazê-lo com assinalável sucesso. Quem quer que seja que venha a seguir não precisará de passar as dificuldades pelas quais nós passámos, pois, a herança que fica é outra. Mas, como todas as heranças, será preciso honrá-la, mantê-la e ter a capacidade de continuar.