O Papa pediu hoje aos líderes europeus para que negoceiem entre si para garantir a paz e encorajou o acolhimento de migrantes e refugiados, alertando para os “horrores da guerra” e lamentando “desavenças e inimizades” no continente.
No primeiro discurso da sua visita ao Luxemburgo, o Papa Francisco pediu que este pequeno país, que conta com uma grande comunidade de portugueses, seja “um exemplo a indicar o caminho a seguir no acolhimento e integração de migrantes e refugiados”.
Francisco falava num encontro com as autoridades, sociedade civil e corpo diplomático no Luxemburgo, onde chegou hoje para a sua 46.ª viagem, que incluirá também a Bélgica.
Apelou para que não se deixe “despojar e degradar” o continente nem “deixar à margem povos ou grupos sociais”.
Defendeu que os líderes europeus devem ajudar “as nações mais desfavorecidas” para que consigam “sair das suas condições de empobrecimento”, falando num país que se encontra entre os mais ricos do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) ‘per capita’ de cerca de 128 mil euros, segundo dados do Fundo Monetário Internacional de 2023.
O Papa lamentou também “o ressurgimento, mesmo no continente europeu, de desavenças e inimizades que, em vez de se resolverem na base da boa vontade mútua, a negociação e a diplomacia, acabam em hostilidades”.
“O Luxemburgo pode mostrar a todos as vantagens da paz em contraste com os horrores da guerra, as vantagens da integração e promoção dos migrantes em vez da sua segregação, os benefícios da cooperação entre nações face às consequências nefastas do endurecimento de posições e a procura egoísta, míope, ou mesmo violenta, dos seus próprios interesses”, defendeu.
Na Bélgica, para onde se deslocará ainda hoje, Francisco deverá reunir-se com um grupo de vítimas de abusos sexuais e participará numa conversa com estudantes da Universidade de Lovaina.