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Obra de arte feita de latas de cerveja confundida com lixo por funcionário de museu

Data de publicação
09 Outubro 2024
8:23

Uma obra de arte composta por duas latas de cerveja vazias, do artista francês Alexandre Lavet e exposta no Museu LAM, nos Países Baixos, foi localizada num caixote do lixo, colocada inocentemente por um funcionário.

A obra de arte foi deitada fora por um técnico de elevadores que a confundiu com lixo abandonado e está agora novamente exposta nesta galeria de arte, localizada na cidade de Lisse, na província da Holanda do Sul, que alberga o mítico parque de tulipas de Keukenhof.

A obra ‘Todos os bons momentos que passámos juntos’ [All The Good Times We Spent Together, em inglês] “inicialmente parece não ser mais do que duas latas de cerveja vazias, mas olhando mais de perto, pode ver-se que estas marcas de latas foram meticulosamente pintadas à mão com tintas acrílicas, replicando cada detalhe com cuidado”, detalhou o próprio museu.

Esta galeria de arte expõe a sua coleção de arte internacional em paredes e pedestais, mas também em locais “não convencionais”, como aconteceu com estas latas localizadas no interior do poço do elevador de vidro do museu, como se tivessem sido esquecidas pelos trabalhadores da construção civil.

Foi a conservadora, Elisah van den Bergh, que se apercebeu que as latas estavam desaparecidas e iniciou uma busca, até encontrar a obra de arte num saco de lixo, pronta a ser deitada fora, mas “miraculosamente”, ambas estavam “intactas”.

A obra foi limpa e está agora temporariamente exposta num “lugar de honra” à entrada do museu, num pedestal tradicional, noticiou na terça-feira a agência Efe.

Para Lavet, as latas simbolizam “memórias preciosas de momentos partilhados com amigos queridos porque, embora as noites a desfrutar de bebidas possam parecer triviais, em última análise representam momentos valiosos de ligação”, destacou ainda o Museu LAM.

Sietske van Zanten, diretor do museu, lembrou que o tema da coleção do LAM é “comida e consumo”, e a arte exposta nas suas salas “incentiva os visitantes a ver os objetos do quotidiano sob uma nova perspetiva” e, ao expor as obras em locais inesperados, pretende-se amplificar a experiência e manter os visitantes atentos.

O diretor sublinhou que o museu “não guarda rancor” ao técnico de elevadores que descartou a obra de arte porque “só fazia o seu trabalho de boa fé” e o que aconteceu, de alguma forma, é “um testemunho da eficácia da arte de Alexandre Lavet”, garantiu.

A obra tem atualmente “o seu momento de destaque” e o museu irá estudar onde a exibir no futuro.

“Gostamos sempre de surpreender os nossos visitantes”, sublinhou Van Zanten.

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