Os congressistas democratas norte-americanos pediram hoje à bancada republicana que retome o processo de aprovação do acordo orçamental que tinha sido alcançado para evitar a paralisação do governo federal, antes da oposição do Presidente eleito Donald Trump.
Se não for aprovada uma resolução nas duas câmaras do Congresso até à meia-noite de 21 de dezembro, hora de Washington (05:00 em Lisboa), será suspenso o funcionamento de partes consideráveis do governo, por falta de fundos.
“O nosso acordo manteria o governo aberto, levaria ajuda de emergência a comunidades assoladas por furacões e outros desastres naturais, apoiaria os nossos presidentes de câmara, médicos, enfermeiras, hospitais rurais e agricultores”, apontou o líder da maioria democrata do Senado, Chuck Schumer.
Esta maioria democrata vai dissolver-se a 03 de janeiro, quando os republicanos assumirem o controlo do Senado. Mas uma ausência de acordo orçamental hoje significará que muitos funcionários públicos vão passar o Natal e Ano Novo sem receber salário.
Foi isso que apontou o porta-voz do Pentágono, Major General Pat Ryder, avisando que 2,1 milhões de militares não serão pagos durante a época festiva, mas ainda assim terão de se apresentar ao trabalho.
“Um lapso no financiamento vai causar sérias disrupções no Departamento de Defesa e ainda é evitável”, indicou Ryder aos jornalistas. Além dos militares, 365 mil funcionários da Defesa considerados essenciais terão de trabalhar sem receber, e 435 mil funcionários civis vão ficar em suspenso, sem trabalho nem vencimento.
“Se os republicanos não trabalharem rapidamente com os democratas de forma bipartidária, o governo paralisará à meia-noite”, avisou Schumer.
Ente os departamentos afetados estão a Segurança Interna, Justiça, Comércio e Transportes, o que inclui agências como a FEMA, que fornece assistência federal em desastres e emergências, a TSA, que faz a segurança nos aeroportos, e a NASA.
Um acordo para evitar o ‘shutdown’ foi alcançado entre as duas bancadas na quarta-feira, mas não chegou a ser submetido a votação por pressão de Donald Trump e do seu principal conselheiro, Elon Musk, que vai assumir a coliderança do departamento de eficiência governamental (conhecido pela sigla DOGE).
Com base nas exigências de Trump e Musk, os republicanos introduziram uma nova proposta na Câmara dos Representantes, que foi largamente rejeitada não apenas pelos democratas mas também por dezenas de republicanos (38).
Elon Musk usou a sua rede social X para culpar os democratas pela derrota, apesar de os republicanos controlarem a câmara baixa.
O líder desta maioria republicana, Mike Johnson, disse que há um “plano C” que será votado ainda hoje. Desde 2019, com a administração Trump no poder, que não há uma paralisação do governo federal.