O Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu hoje que as autoridades “não cederão ao antissemitismo”, horas antes do jogo de futebol França-Israel em Paris, considerado de alto risco, enquanto Telavive pediu a proteção dos adeptos israelitas.
“Não cederemos ao antissemitismo em lado nenhum e a violência, incluindo na República Francesa, nunca prevalecerá, nem a intimidação”, afirmou o chefe de Estado francês.
Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, disse ao seu homólogo francês, Jean-Noël Barrot, que “a segurança dos adeptos israelitas deve ser garantida”.
Saar fez este pedido na sua primeira conversa telefónica com Barrot desde que assumiu funções, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
O comunicado ministerial referia ainda que Barrot afirmou que estão a ser feitos “grandes esforços” para garantir a segurança dos participantes e dos adeptos, incluindo um “reforço maciço” das forças policiais.
Antes, o responsável da polícia de Paris, Laurent Nunez, tinha afirmado que as condições de segurança para o jogo França-Israel estão “garantidas”.
Numa entrevista à estação de rádio France Info, Nunez prometeu “firmeza” contra aqueles que pretendem causar incidentes e recordou que o plano inclui a mobilização de 4.000 polícias e elementos da guarda militarizada (‘gendarmerie’) que estarão à volta do Stade de France (onde decorre o jogo), no interior do estádio, nas linhas de transportes públicos e em possíveis pontos de concentração de pessoas em Paris.
As autoridades francesas estão a tentar evitar as cenas de violência registadas na semana passada em Amesterdão, por ocasião do jogo de futebol entre o Ajax e o Maccabi Tel Aviv, que resultou em mais de 60 detenções, e tendo em conta que a França tem a maior comunidade judaica e muçulmana da Europa.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o “antissemitismo” e o “fanatismo anti-muçulmano” manifestados por adeptos das duas equipas.
Uma manifestação de apoio aos palestinianos, apoiada pelo partido França Insubmissa, o principal partido de esquerda, está prevista e autorizada para hoje à tarde.