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BES: “As pessoas têm de se lembrar do que fazem e assumir responsabilidades”, diz presidente do BPI

Data de publicação
31 Julho 2024
14:32

O presidente do BPI acusou hoje os intervenientes económicos e políticos na ‘queda’ do BES, há 10 anos, de terem problemas de memória e defendeu que é preciso lembrar e assumir responsabilidades, apontando também ao supervisor da altura.

“As pessoas têm de se lembrar das coisas que fazem e assumir as suas responsabilidades, [...] mas todos, não só quem estava na área económica, mas também muito quem estava na área politica, que depois também teve um problema de memória muito significativa”, disse o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, em conferência de imprensa, em Lisboa, a propósito da divulgação dos resultados do primeiro semestre.

O BES desapareceu há dez anos, uma notícia que, no domingo 03 de agosto de 2014, caiu com estrondo apesar da sucessão de escândalos com o grupo e levou a fortes críticas ao Banco de Portugal por atuação tardia.

Segundo cálculos feitos pela Lusa, até agora, a resolução do BES já custou cerca de 8.000 milhões de euros aos cofres públicos, resultando sobretudo da capitalização inicial do Novo Banco (o banco de transição criado no mesmo dia da resolução do BES) e das recapitalizações posteriormente feitas pelo Fundo de Resolução (FdR), mas as contas ainda estão longe de estar fechadas.

“Felizmente, o BPI em termos diretos foi muito pouco afetado, não tínhamos ligação, mas teve impacto, ainda estamos a pagar ao Fundo de Resolução”, realçou Oliveira e Costa, considerando que o que o supervisor da banca podia ter feito na altura “não foi devidamente classificado”.

O presidente do BPI disse que o que se passou com o BES “foi uma enorme lição” para todos e que “é importante recordar bem o que se passou”.

“A grande vantagem que tiramos desse caso é que, hoje em dia, as regras de supervisão são muito mais eficazes, mais eficientes, mais intrusivas e temos até agentes de supervisão muito mais preparados”, apontou o responsável.

Oliveira e Costa considerou que o Banco de Portugal, atualmente, tem uma intervenção “bastante positiva” e “pedagógica” e afirmou que as próprias administrações dos bancos são hoje mais competentes e credíveis.

“Há toda uma nova geração que está na banca, que pensa diferente, é mais profissional. Somos menos banqueiros e mais bancários e acho que isso é bom, é positivo”, rematou.

Dez anos depois da queda do BES, o principal processo-crime contra Ricardo Salgado, que esteve mais de 20 anos à frente do Banco Espírito Santo (GES) e do Grupo Espírito Santo (GES), em que é acusado de 65 crimes, deverá arrancar em 15 de outubro.

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