A mesa redonda no primeiro dia da conferência da Meo Empresas, dedicado à cibersegurança, discutiu a inteligência artificial (IA) e a diretiva comunitária NIS2, no pressuposto de redefinir o futuro da cibersegurança num mundo digital.
Depois do painel de cinco oradores destacarem os avanços que a IA trouxe, os intervenientes também abordaram os riscos que a nova tecnologia representa.
Sobre os desafios da IA, Sónia Casaca, country manager da HPE Aruba, destacou o cuidado a ter com os dados recolhidos e produzidos pela IA, porque “é importante que essa recolha não tenha um efeito contraproducente”.
Paulo Pinto, Business developer Manager da Fortinet, avançou, por seu turno, que a sua empresa já desenvolveu um “firewall” para a IA, de maneira a que a tecnologia não interprete os dados introduzidos de forma “ingénua”, já que, dependendo da forma e do conteúdo que é introduzido, a informação produzida poderá não ser rigorosa.
Neste painel da tarde que abordou a IA e a diretiva comunitária NIS2, Artur Costa, diretor de operações e Serviços de Cliente da Altice Portugal, destacou, por seu turno, que a nova diretiva pode ser uma “grande oportunidade”, pois, entre as várias vantagens, vai criar “processos mais rápidos”. Mas, simultaneamente, “vai obrigar a todos um grande investimento e vai obrigar a todos a terem um outro tipo de cuidado com as parceiras que fazem”, uma vez que diretiva também tem uma componente para responsabilizar - disse.
Rui Duro, country manager da Checkpoint, considerou que todas as normas são “extremamente positivas”, como a nova diretiva em discussão, mas espera que, em Portugal, o regulador tenha um papel colaborativo após a transposição da norma.
Duro acredita que com o aparecimento de coimas, que espera que também abranja a “administração pública”, haja “uma efetividade na cibersegurança” no País.
O responsável concordou, ainda, que a diretiva virá simplificar o processo e, com isso, reforçar a segurança.
“A simplificação da gestão da cibersegurança aumenta a cibersegurança”, destacou, considerando que a maioria dos ataques cibernéticos acontecem ou porque as empresas “não estão preparadas” ou porque têm uma gestão “muito complexa”. Por isso, entende que a diretiva será positiva, pela simplificação que traz.