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Alívio europeu após vitória de Sandu nas presidenciais moldavas, Moscovo em silêncio

Data de publicação
04 Novembro 2024
14:23

Os aliados ocidentais da Moldávia, com Moscovo em silêncio, saudaram hoje a reeleição da presidente pró-europeia Maia Sandu, uma vitória que, no entanto, esconde fortes divisões nesta antiga república soviética, onde nem todos são fãs da União Europeia (UE).

Após uma campanha tensa, ensombrada por suspeitas de interferência russa, a candidata de 52 anos venceu a segunda volta das eleições com 55,41% dos votos, contra 44,59% do seu adversário, Alexandr Stoianoglo, apoiado pelos socialistas pró-russos.

Este resultado é um alívio para a UE, que iniciou oficialmente as negociações de adesão com o pequeno país de 2,6 milhões de habitantes em junho, tanto mais que o referendo de 20 de outubro, destinado a consagrar o objetivo europeu na Constituição, quase não deu em nada. Acabou por ser aprovado por pouco, mas fez temer o pior.

“Os moldavos mostraram mais uma vez a sua determinação em construir um futuro europeu, apesar das tentativas híbridas de minar a democracia”, reagiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, na rede social X. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tinha antes transmitido uma mensagem semelhante.

Entre os 27 Estados-Membros, o Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou o facto de a “democracia” ter “triunfado sobre todas as interferências e manobras”, e o Chanceler alemão, Olaf Scholz, saudou o “rumo europeu” escolhido por Chisinau.

Quanto à vizinha Ucrânia, também candidata à adesão à UE, os moldavos fizeram “uma escolha clara”, declarou o seu presidente Volodymyr Zelensky, apelando a “uma Europa pacífica e unida”.

O Kremlin, que nega “categoricamente” as alegações de interferência, ainda não reagiu, ao contrário dos socialistas pró-russos na Moldova, que contestaram a legitimidade de Sandu, reeleita na véspera graças aos votos da diáspora.

“Maia Sandu é uma presidente ilegítima, é uma presidente da diáspora, reconhecida apenas pelos seus apoiantes no estrangeiro. O povo moldavo sente-se traído e roubado”, afirmou, em comunicado, o partido que apoiou Stoianoglo.

“O Partido Socialista da República da Moldova não reconhece a votação nas assembleias de voto no estrangeiro, através da qual Sandu foi declarada vencedora das eleições”, declarou o partido num comunicado publicado no seu portal na Web.

Primeira mulher a ocupar a Presidência moldova, em 2020, Sandu falou de “uma lição de democracia” face ao “ataque sem precedentes” de “forças hostis e criminosas”.

Nas últimas semanas, a polícia denunciou inúmeras alegadas “tentativas de desestabilização” por parte de Moscovo, desde a desinformação à compra maciça de votos, ameaças de morte, ciberataques e “transporte organizado” de eleitores.

Mas “é também uma lição de humildade” para Sandu e para os seus apoiantes, analisou o especialista Andrei Curararu, do grupo de reflexão WatchDog, para a AFP, referindo-se à desilusão de alguns com a lentidão das reformas e a recessão económica.

No seu discurso de domingo à noite, a antiga economista do Banco Mundial (BM) dirigiu-se aos que não a escolheram, falando mesmo em russo, a par do romeno, a língua oficial, e prometendo ser “a Presidente de todos”.

O país, um dos mais pobres da Europa, está extremamente polarizado, com a diáspora e a capital de um lado, predominantemente a favor da integração na UE, e as zonas rurais e duas regiões, a província separatista da Transnístria e a autónoma Gagauzia, do outro, viradas para a Rússia.

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