Centenas de pessoas abandonaram as suas casas nas Filipinas depois de um vulcão ter libertado gases tóxicos, disseram hoje as autoridades locais, que alertaram para o risco de erupção.
Cerca de 300 habitantes de aldeias num raio inferior a quatro quilómetros ao redor da cratera do vulcão Kanlaon, localizado na ilha de Negros, no centro do arquipélago, foram retirados na terça-feira por precaução, declarou o governo local.
Estas pessoas encontraram refúgio em escolas e centros comunitários localizados longe do vulcão, disse hoje Edna Lhou Masicampo, diretora de informação da cidade, à agência de notícias AFP.
“Os residentes das aldeias próximas do sopé do vulcão queixaram-se do forte cheiro a enxofre”, disse Lhou Masicampo, acrescentando que a maioria dos residentes é de agricultores.
As aulas foram suspensas e alguns pontos turísticos desta cidade, que tem cerca de 60 mil habitantes, foram encerrados hoje devido ao alerta do vulcão.
As emissões médias diárias de dióxido de enxofre de Kanlaon quase triplicaram, para 9.985 toneladas na terça-feira.
“Esta é a emissão mais forte do vulcão registada desde o início da monitorização instrumental do gás”, afirmou o Instituto de Vulcanologia e Sismologia filipino num comunicado.
“A atividade atual pode levar a uma erupção”, acrescentou o Instituto, sublinhando que nuvens de cinzas vermelhas podem representar um perigo para os habitantes das quatro aldeias.
A região foi abalada por 337 sismos vulcânicos nas últimas 24 horas, informou o Instituto numa atualização que incluiu também fotos e vídeos de plumas a subir até 1.000 metros do cume do vulcão.
Situado a mais de 2.400 metros acima do nível do mar, na ilha central de Negros, o Kanlaon é um dos 24 vulcões ativos nas Filipinas. Entrou em erupção 15 vezes nos últimos nove anos.
Em junho, as autoridades filipinas elevaram o nível de alerta após uma “erupção explosiva” deste vulcão.
O país está localizado no “Anel de Fogo” do Pacífico, composto por mais de metade dos vulcões do mundo.