A projeção do Europe Elects para as eleições para o Parlamento Europeu, que começam na quinta-feira, mantém os democratas-cristãos (PPE, centro-direita) à frente das intenções de voto, mas antecipa um “caos à direita”.
Segundo a mais recente projeção deste organismo, com base em sondagens de final de maio, o Partido Popular Europeu (PPE) – que integra o PSD e CDS-PP portugueses – conseguirá no próximo mandato 180 lugares (mais quatro que no atual).
A Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D, de centro-esquerda) – a que pertence o PS – é o segundo grupo mais votado, com 138 eurodeputados (menos um que agora), depois de o LHAS, do Presidente-eleito eslovaco, Peter Pellegrini, ter sido suspenso deste grupo.
O Renovar a Europa (RE, liberal, que inclui o Iniciativa Liberal), até agora em terceiro lugar, vê o seu lugar ameaçado, ao descer dos atuais 102 eleitos para uma projeção de 86 – número que ainda pode baixar, uma vez que está em curso uma discussão para expulsar o VVD neerlandês, depois de o partido ter formado governo com Geert Wilders e o seu PVV (extrema-direita, que pertence ao grupo Identidade e Democracia).
Mesmo assim, estes três grupos centristas, que formam uma coligação informal no Parlamento Europeu, ficariam com um total de 404 dos 720 lugares, “uma confortável maioria absoluta”, antecipa o Europe Elects nesta projeção, encomendada pelo portal Euractiv.
Embora se mantenham as previsões de subida à direita, tudo está mais incerto no que toca a resultados, devido a mudanças nas filiações políticas.
O Identidade e Democracia (ID, extrema-direita, que inclui o Chega) expulsou o alemão AfD, após polémicas com políticos deste partido, o que o faz perder 16 lugares, estimando-se agora que obtenha 68 eleitos – em 2019, conseguiu 49 eurodeputados.
Com este resultado, parece não ter qualquer hipótese de desafiar o terceiro lugar.
Já os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) conseguem 75 lugares (69 há cinco anos), apesar de terem perdido recentemente 11 eleitos, nomeadamente por o AUR romeno ter deixado de estar integrado neste grupo nacionalista.
O ECR pode ainda voltar a ganhar lugares – e assim aproximar-se do Renovar a Europa – caso passe a contar com o Fidesz húngaro, do polémico primeiro-ministro Viktor Orbán, atualmente nos não-inscritos (NI).
À esquerda, os Verdes esperam agora 56 lugares, uma queda em relação aos 72 do atual mandato.
A Esquerda no Parlamento Europeu (inclui PCP e Bloco de Esquerda) tem 39 lugares projetados, mais dois que agora, mas a sua coesão dependerá do eventual aparecimento de um novo grupo à esquerda.
O recente partido alemão BSW (esquerda radical), de Sarah Wagenknecht, poderá eleger sete eurodeputados e afirma estar pronto para fundar o seu próprio grupo, com potencial para atrair membros descontentes do grupo da Esquerda.
Os Não-Inscritos (NI) têm agora projetados 76 lugares, mais 28 do que no mês passado, uma vez que todos os partidos excluídos de outros grupos são remetidos para este.
Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre quinta-feira e domingo. Em Portugal, a votação é no dia 09 de junho.
Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.