O exército israelita declarou hoje que o reforço das suas unidades em Khan Yunis permitiu eliminar comandantes do Hamas através de bombardeamentos seletivos e outras operações nesta cidade do sul de Gaza, considerada um bastião do grupo islamita.
O exército, num comunicado, sublinhou que uma das suas divisões matou um número significativo de alegados membros do Hamas em combates em espaços fechados, destruiu o acesso a dezenas de túneis utilizados pelo movimento islamita palestiniano e descobriu “material significativo dos serviços de informação que contribuíram para aumentar a eficácia da operação”.
As forças israelitas intensificaram as suas operações em Khan Yunis esta semana, reforçando a sua artilharia com aviação, blindados e infantaria, segundo o comunicado.
As operações seguem um “plano preciso”, que inclui o uso de mísseis de precisão, para atacar “centenas” de alvos com apoio dos serviços de informação israelitas, detalhou a nota.
Os bombardeamentos eliminaram comandantes de unidades do Hamas, como a sua força de elite, Nukhba, a responsável pelas operações com ‘drones’ ou a força dedicada ao trabalho de observação, segundo o exército israelita.
Um avião de combate também atacou supostos membros do Hamas que instalavam explosivos contra as tropas israelitas.
Também no sul de Gaza, as forças israelitas encontraram um morteiro carregado apontado a Israel e uma bazuca pronta para lançar projéteis, entre numerosas armas do Hamas, segundo a mesma fonte.
Estas operações permitiram também encontrar documentação do grupo islamita palestiniano, como um pagamento de mais de um milhão de dólares para produzir cimento e portas, supostamente para instalações como túneis.
Vários altos responsáveis dos EUA que visitaram recentemente Israel levantaram a necessidade de a ofensiva militar israelita em Gaza ter alvos seletivos, como os líderes do Hamas, para reduzir o número de mortes de civis.
A ofensiva que começou no norte do enclave e depois se expandiu para áreas no sul, como Khan Yunis, onde Israel acredita que o líder do Hamas em Gaza - Yahya Sinwar - esteja escondido, dirige-se agora também para o centro do enclave.
O exército informou que nas suas operações no centro de Gaza destruiu num bombardeamento locais de lançamento de projéteis de longo alcance a partir dos quais Israel foi atacado esta semana e um armazém com inúmeras armas na área de Juhor ad-Dik.
A ofensiva também continua no norte, onde as operações de informação das forças israelitas dizem ter encontrado uma grande quantidade de armas e mapas utilizados pelo Hamas numa escola do campo de refugiados de Shat.
Israel acusa repetidamente o Hamas de usar instalações civis, como escolas e hospitais, para armazenar armas, esconder-se e a partir daí atacar as suas tropas.
A marinha de Israel realizou ataques contra o Hamas na costa do enclave na noite de quinta-feira, em apoio às forças terrestres.
Israel declarou guerra ao Hamas em resposta ao ataque sem precedentes levado a cabo em 07 de outubro pelo movimento palestiniano no seu território, que provocou cerca de 1.140 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada nos últimos números oficiais israelitas.
De acordo com o movimento islamista palestiniano, no poder em Gaza desde 2007, as operações militares israelitas no pequeno território sitiado provocaram pelo menos20.000 mortos.