O Ministério do Trabalho queniano anunciou que vai enviar cerca de 1.500 trabalhadores agrícolas para Israel, depois de muitos terem abandonado os campos do país devido à guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza.
“O Quénia vai exportar mão-de-obra para os campos agrícolas de Israel como trabalhadores ocasionais”, anunciou o Ministério do Trabalho queniano na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
“O acordo foi concluído na quarta-feira após uma discussão bilateral entre o secretário principal [do Ministério do Trabalho queniano], Shadrack Mwadime, e o diretor-geral [da empresa israelita] Guri Avocados, Rami Cohen”, segundo a comunicação do ministério.
Os trabalhadores vão receber 1.340 euros líquidos por mês, com contratos renováveis de três anos.
O Quénia seguiu o exemplo do Malaui, que anunciou em novembro o envio de mais de 5.000 pessoas para Israel, apesar das críticas da oposição, preocupada com a insegurança.
O Governo malauiano não esclareceu se esta decisão surgiu após ter chegado a um acordo com as autoridades israelitas, limitando-se a enquadrá-la num programa para reduzir as taxas de desemprego e melhorar a economia nacional.
O Quénia destacou-se, entre 2015 e 2019, como uma das economias de mais rápido desenvolvimento em África, com um crescimento de 5,7% por ano durante esse período, segundo o Banco Mundial.
Esse crescimento ajudou a reduzir a percentagem de pessoas no Quénia que vivem abaixo do limiar de pobreza de 36,5% em 2005 para 27,2% em 2019.
No entanto, o Banco Mundial observou que os “principais desafios” do país ainda incluem altos níveis de desigualdade e desemprego juvenil.
Israel está em guerra com o Hamas desde 07 de outubro, quando comandos do grupo islamita palestiniano mataram 1.200 pessoas em solo israelita, num ataque sem precedentes, segundo as autoridades.
A resposta israelita foi imediata, com bombardeamentos e operações terrestres em Gaza que o Hamas disse que mataram mais de 17 mil pessoas.