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Artigo de Opinião

18/11/2024 03:30

A Madeira vive tempos politicamente interessantes, que poderão marcar de forma definitiva a mudança na região. Uma mudança ansiada pela maioria da população, que há muito deixou de confiar maioritariamente nos mesmos de sempre.

As suspeitas que recaem sobre mais de metade do topo do Governo Regional tornou a situação insustentável e imponha-se que fossem tomadas medidas ao nível da Assembleia Legislativa Regional, de modo a devolver à população o direito de escolher qual o rumo a seguir.

Percebo que cada partido tenha o seu timing político, que siga esta ou aquela estratégia, mas, o acumular de casos (aqui não se poderá falar de casinhos), deixava pouca margem para deixar andar. Coube ao Chega tomar a dianteira ao apresentar uma moção de censura, com rasteiras, na expectativa de que fossem ofender profundamente o PS e assim verem-na ser inviabilizada com o voto contra dos socialistas. Queriam liderar a oposição de forma ardilosa, chutando para canto os restantes partidos. Só que, enganaram-se, a luta do PS não é para liderar a oposição, mas sim, chegar ao poder e governar a região, impondo novas políticas centradas nas pessoas, em toda uma população e não em meia dúzia de privilegiados como o que se tem passado ao longo dos últimos 50 anos, por essa razão, não seria uma mera frase, que retrata mais o seu autor do que aquele a quem se referem, que faria com que o PS deixasse de censurar o governo.

Muito se tem falado que Albuquerque devia entregar o seu lugar e deixar o seu partido escolher um novo presidente do Governo Regional, sobrepondo assim o PSD a toda a população. Só que nem o próprio PSD consegue impor isso a Miguel Albuquerque que luta com unhas e dentes pela sua sobrevivência de modo a adiar a ida ao banco dos réus e responder pelas graves acusações que recaem sobre ele.

Outra teoria recentemente explorada por alguns jornais, seria a formação de um governo com os partidos que compõem a oposição, estando o próprio Chega disponível para viabilizar uma solução dessas. Mas que futuro teria essa solução, com uma Assembleia bastante dividida e com muitos egos para lidar? Não seria uma forma de dar tempo a um PSD moribundo para se reorganizar e voltar com toda a força para retomar as mesmas políticas de sempre, apenas com uma cara nova à frente?

Com uma moção de censura que será aprovada, com um orçamento que muito dificilmente passará, será tempo de irmos novamente a eleições. Olhando para a constituição da atual ALRAM, percebe-se que os partidos que a compõem não se sintam completamente à vontade com um novo ato eleitoral, qualquer uma dessas forças políticas, poderá ter muito a perder, caso a sua estratégia não corra pela melhor forma, por isso, essa será também uma luta pela sobrevivência de várias lideranças. Mas, a política é assim. É preciso ir à luta, arriscar e posteriormente assumir as suas consequências, sejam elas boas, ou menos boas. Uma coisa é certa, as e os madeirenses terão uma oportunidade de ter um novo governo, liderado por outro partido. Não a desperdicem, precisamos de estabilidade, tenham esperança e confiem.

Uma nota final para as eleições das Concelhias do PS que ocorrerão no próximo sábado e uma mensagem de esperança para as eleições autárquicas em 2025. Na maioria dos concelhos, haverá apenas uma lista a concorrer, tornando o processo de escolha fácil. Mas, onde existem opções, os militantes devem informar-se e fazer a sua escolha, com base na melhor liderança, na melhor composição de lista e na melhor moção apresentada. Porque o PS precisa de Ação e de Compromisso.

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.

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