O Exército israelita anunciou hoje que vai aumentar o número de unidades de combate na Cisjordânia para “reforçar a defesa dos colonatos”, considerados ilegais pelo Direito Internacional, e da polémica barreira de separação.
Num breve comunicado, o Exército declarou ter “decidido reforçar o número de unidades de combate para missões de defesa no Comando Central”, responsável pela segurança naquele território palestiniano, após uma “avaliação da situação”.
“O aumento das unidades permitirá fortalecer a defesa dos colonatos na zona e a barreira de segurança e preparar as forças para vários cenários no setor”, afirmou o Exército, sem fornecer mais pormenores.
Este anúncio coincide com a maior espiral de violência na Cisjordânia desde a Segunda Intifada (2000-2005): desde o início deste ano, 408 palestinianos foram mortos por fogo israelita, na maioria combatentes dos campos de refugiados, mas também civis, entre os quais pelo menos 65 menores, segundo um registo da agência noticiosa espanhola Efe.
Cerca de 40 palestinianos foram também abatidos após terem alegadamente realizado ataques contra israelitas, na maioria contra pessoal fardado, em postos de controlo militar ou perto de colonatos.
O ano de 2023 foi já o mais mortífero das últimas duas décadas, com mais de 520 mortos na Cisjordânia ocupada.
O Exército israelita intensificou as suas já frequentes incursões na Cisjordânia após o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a território israelita, a 07 de outubro de 2023, e, desde essa data, cerca de 751 palestinianos foram mortos em incidentes violentos com Israel - mais de 164 dos quais menores -, principalmente por fogo das tropas, mas uma dezena deles às mãos dos colonos.
Do lado israelita, 37 pessoas foram mortas este ano: 15 militares e 22 civis, nove dos quais colonos. A maioria foi morta em ataques perpetrados por palestinianos, mas pelo menos quatro soldados morreram durante incursões militares na Cisjordânia.