Onze pessoas morreram e dezenas ficaram feridas num incêndio em vegetação que se propagou a várias aldeias do sudeste da Turquia na quinta-feira à noite, segundo um novo balanço divulgado hoje pelas autoridades turcas.
O balanço anterior era de cinco mortos e 44 feridos.
Num relatório divulgado ao início da tarde, o ministro da Saúde, Fahrettin Koca, disse que o número de feridos subiu para 78 e que cinco deles estão nos cuidados intensivos.
O incêndio ocorreu numa zona rural entre as cidades de Diyarbakir e Mardin, perto da fronteira com a Síria, de acordo com a agência francesa AFP.
Koca disse que as chamas foram controladas durante a noite, mas que prosseguiam “os esforços de arrefecimento” nos terrenos ardidos.
Um novo surto eclodiu hoje de manhã perto da aldeia de Ergani, na mesma região, mas foi contido.
Habitantes de Koksalan, uma das zonas mais afetadas, disseram à AFP que perderam metade de cerca de mil cabras e ovelhas, cujos cadáveres negros cobriam o solo carbonizado.
As imagens difundidas durante a noite nas redes sociais mostravam um incêndio gigantesco e grandes nuvens de fumo.
Sete equipas de emergência e 35 ambulâncias foram enviadas para o local, disse o ministro da Saúde.
O incêndio deflagrou no final da tarde de quinta-feira na sequência da queima de restolho numa zona situada a cerca de 30 quilómetros a sul de Diyarbakir.
A temperatura na região ultrapassou os 40 graus Celsius durante o dia nos últimos dias, segundo o ministro do Interior, Ali Yerlikaya.
As chamas espalharam-se rapidamente com o vento, afetando cinco aldeias.
O ministro da Justiça, Yilmaz Tunç, anunciou a abertura de um inquérito judicial.
Durante a noite, o partido pró-curdo DEM, terceira força no Parlamento, apelou às autoridades para que mobilizassem meios aéreos, como fizeram rapidamente nos últimos dias no oeste do país.
“A intervenção terrestre tem sido insuficiente. As autoridades devem intervir de forma mais alargada e com meios aéreos, sem perder tempo”, pediu o partido num comunicado divulgado durante a noite.
O tráfego marítimo teve de ser parcialmente suspenso na terça-feira durante várias horas no movimentado estreito de Dardanelos, no noroeste da Turquia, devido a um incêndio florestal.
Um fogo de palha iniciado por um agricultor foi a causa da catástrofe.
O verão de 2021 foi marcado por violentos incêndios no sudoeste da Turquia, nomeadamente na zona montanhosa e íngreme da província de Mugla.
Na altura, a população local ficou surpreendida ao descobrir que não havia aviões de bombardeamento de água em funcionamento.
Os incêndios já destruíram cerca de 13.000 hectares na Turquia este ano, segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, citados pela AFP.
Os incêndios que se multiplicam em todo o mundo estão associados a vários fenómenos previstos pelos cientistas como resultado do aquecimento global.
A subida da temperatura, o aumento das ondas de calor e a diminuição da precipitação em algumas zonas representam uma combinação ideal para o desenvolvimento de incêndios.
Os fogos começam mais facilmente quando a vegetação e o solo estão muito secos.