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Venezuela: Espanha mantém contactos com governo e oposição para tentar “acordo pacífico”

Data de publicação
13 Agosto 2024
15:50

Espanha mantém canais de comunicação com o governo e com a oposição na Venezuela para tentar um “acordo pacífico” entre as partes após as eleições presidenciais de 28 de julho, disse hoje o executivo de Madrid.

“Sempre acreditámos e continuamos a pensar que a solução para a crise que se vive na Venezuela deve ser o resultado de um acordo pacífico entre os próprios venezuelanos em pleno exercício da sua soberania”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Espanha, José Manuel Albares.

O MNE disse que por este motivo, Espanha tem mantido abertos, desde antes das eleições, “canais de interlocução com todos os atores políticos da Venezuela, governo e oposição”.

“E vamos continuar a fazê-lo, ouvindo com especial atenção as necessidades manifestadas pela própria oposição, que tem agradecido a posição do Governo de Espanha”, disse José Manuel Albares, no Senado espanhol (câmara alta do parlamento), em Madrid, onde hoje prestou esclarecimentos sobre a posição do executivo espanhol em relação à Venezuela.

Albares sublinhou que ainda na segunda-feira falou com o homólogo no governo da Venezuela, o ministro Yvan Gil, e com os dirigentes da oposição María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, que foi candidato às presidenciais.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi declarado vencedor das eleições de 28 de julho, mas o resultado é contestado pela oposição e por vários países da comunidade internacional.

Em resposta a críticas do Partido Popular (PP, direita, oposição), Albares sublinhou hoje que o Governo de Espanha, liderado pelo socialista Pedro Sánchez, foi “o primeiro país da União Europeia e um dos primeiros do mundo” a exigir publicamente a divulgação das atas das mesas de voto das eleições, para haver um resultado transparente e verificável, que possa ser reconhecido.

Albares sublinhou também que Espanha tem uma posição em relação à Venezuela alinhada e coordenada com a União Europeia e garantiu que tem até assumido um papel de liderança a este nível.

Os chefes da diplomacia dos 27 Estados-membros da União Europeia vão abordar a situação na Venezuela numa reunião em Bruxelas agendada para 29 e 30 de agosto, a pedido de Espanha, revelou hoje Albares.

O ministro destacou ainda declarações públicas de Pedro Sánchez sobre a Venezuela e que o primeiro-ministro espanhol assinou com outros seis líderes da União Europeia, incluindo o chefe do Governo de Portugal, Luís Montenegro, uma declaração pública de apelo às autoridades venezuelanas para que divulguem todas as atas da votação para garantir “a total transparência e integridade do processo eleitoral”.

O PP, que chamou Albares hoje ao Senado, reiterou acusações ao Governo espanhol de “tibieza” perante “a fraude eleitoral” na Venezuela, considerando que Sánchez está ao lado “do ditador” Nicolás Maduro.

Os populares desafiaram Albares a reconhecer hoje, no Senado, a vitória da oposição nas eleições venezuelanos de 28 de julho.

Albares pediu sentido de Estado e de responsabilidade ao PP e acusou o partido de ter embarcado em “boatos e falsidades” nesta questão, tentando usar a crise na Venezuela para obter “ganhos políticos” em Espanha.

O MNE destacou manifestações públicas de apoio e agradecimento dos dirigentes da oposição venezuelana aos esforços e posicionamento de Espanha após as eleições.

Os resultados eleitorais na Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.

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