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Estudantes da Madeira no continente “têm dificuldade em arranjar um local para ficar a preços baixos”

Data de publicação
09 Setembro 2024
23:03

Henrique Fernandes, 17 anos, natural do Funchal, entrou este ano no curso de Arquitetura do Porto com 18,7 valores de média e é um estudante bolseiro que conseguiu ficar alojado na Academia 24, uma residência para cerca de 40 estudantes localizada perto da Estação de São Bento, e que foi inaugurada há um ano, sendo gerida pela Federação Académia do Porto (FAP).

Henrique teve a sorte de ter alojamento gratuito, porque conseguiu uma vaga numa residência universitária da Federação Académica do Porto, mas há vários colegas seus que estão a enfrentar a crise do alojamento estudantil com quartos para arrendar a 700 euros por mês.

“Eles [os estudantes da Madeira], falam todos que têm dificuldade em arranjar um local para ficar aos preços baixos”.

Os valores andam nos “mínimo dos mínimos por volta dos 400 euros. Por exemplo, ao início só falavam de preços como 700 ou 800 euros para alugar um quarto, que são valores absurdos”, lamenta o jovem estudante de arquitetura.

Henrique defende que a habitação é a “base para poder ter um melhor aproveitamento escolar”.

“A falta de uma habitação a um bom preço, eu acho que é uma das maiores problemáticas para os estudantes. É preciso ter um sítio para estudar e os nossos pais também não ficam descansados se assim não for”, desabafa.

O presidente da FAP, Francisco Fernandes, diz que há muito pouca oferta no mercado privado oficial no Porto, e que, por outro lado, há “muitas camas no mercado paralelo”.

Segundo dados fornecido hoje pelo presidente da FAP, há 1.600 camas em residências universitárias públicas, distribuídas por um total de 15 residências – nove da Universidade do Porto e seis do Politécnico -, e haverá 29 residências universitárias privadas.

“Temos apenas 709 camas novas disponíveis”, acrescentou, exemplificando que no Porto, por exemplo, há “10 mil alojamentos locais”, referindo que há um “grande problema de evasão fiscal no mercado paralelo, porque só assim os senhorios conseguem rentabilizar os seus quartos, o que é crime, por um lado, e uma insensibilidade social brutal”.

A FAP denunciou na semana passada que este início do ano letivo 2024-2025 está a ser marcado por uma grave crise no acesso à habitação, alertando para a falta de alojamento estudantil.

Segundo a FAP, que cita o Observatório do Alojamento Estudantil, “um quarto no Porto custa, em média, 387 euros”, o que traduz que encontrar alojamento para estudar é o “maior desafio dos 24 mil estudantes deslocados no Porto depois de saberem se entraram no Ensino Superior”.

O valor do metro quadrado dos quartos para estudantes no Porto ronda os 32 euros, sendo a área de cerca de 12 metros quadrados.

O presidente da FAP, Francisco Fernandes, recorda que a falta de camas não deveria ser resolvida “de um mês para o outro”, uma vez que existe, desde 2018, um Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior que deve ser cumprido.

A Lusa contactou a U.Porto e a Câmara do Porto para recolher informações mais recentes sobre o número de camas estudantis na cidade, mas não foi possível até ao momento.

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