Os estudantes do ensino superior podem pedir, a partir de hoje, consultas de psicologia e nutrição, ao abrigo de um programa que abrange instituições públicas e privadas.
Os pedidos podem ser feitos através da nova página oficial do Governo (gov.pt), lançada hoje.
O programa resulta de dois protocolos assinados com as ordens dos nutricionistas e dos psicólogos que permitirão a disponibilização, no presente ano letivo (2024-2025) de 100.000 consultas de psicologia e 50.000 de nutrição.
De acordo com a ministra da Juventude e Modernização, todas as instituições de ensino superior aderiram à iniciativa e serão atribuídos cheques para o efeito em função do número de alunos.
Os alunos vão poder escolher o profissional com o qual querem marcar consulta, havendo uma lista de 297 psicólogos e 208 nutricionistas, de todo o país, que aderiram à iniciativa.
O programa, com um custo de 2.250.000 de euros em 2024 e de cerca de 5,6 milhões de euros em 2025, é gerido através de uma plataforma à qual as instituições de ensino têm acesso.
Em declarações à agência Lusa no início do mês de setembro, a ministra Margarida Balseiro Lopes sublinhou que, após a pandemia de covid-19, verificou-se um aumento de 50% na procura de consultas de psicologia, sendo a ansiedade o problema de saúde mental mais comum entre os jovens.
Ao nível da nutrição, a ministra citou um levantamento que revelou a existência de apenas cinco nutricionistas, atualmente, no conjunto das instituições de ensino superior portuguesas.
Na quarta-feira, o bastonário dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, defendeu que os cheques-psicólogo agora lançados para os estudantes do ensino superior devem ser um ensaio para alargar a medida a outras populações com problemas de saúde mental.
Para o dirigente dos psicólogos, o atual Governo tem mostrado abertura ao tema da saúde mental e manteve as promessas de contratação de profissionais feitas no passado.
Contudo, existem dificuldades no acesso às consultas de psicologia, devido à falta de comparticipações, e o bastonário admitiu que esse trabalho exige “um acompanhamento periódico regular com intervalos curtos de tempo e com um tempo de atendimento que não é comparável aos tempos das consultas médicas” nos centros de saúde.