O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje “uma boa notícia” não ter registo de mortes ou “danos patrimoniais significativos” entre a comunidade luso-americana na Califórnia, Estado afetado por graves incêndios.
“Não, eu falei com ele [congressista luso-americano da Califórnia Jim Costa] e falei também com o congressista David Valadão, quer um quer outro, muito bem informados, até porque vêm de áreas que são diferentes da Califórnia, áreas políticas e áreas geográficas. E aquilo que tinham de informação é que até agora não há portugueses afetados”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Washington, questionado sobre se tinha conhecimento de portugueses afetados pelos graves incêndios que causaram destruição em grande escala no condado de Los Angeles.
“Não há portugueses afetados em termos de mortes ou de danos pessoais e também do ponto de vista de danos patrimoniais significativos”, declarou o Presidente.
Marcelo Rebelo de Sousa frisou ainda que “há uma comunidade fortíssima” luso-americana no estado da Califórnia, com “mais de 300 mil portugueses, a maior parte deles das regiões autónomas, nomeadamente dos Açores”.
“Isso é uma boa notícia dentro da má notícia, que está a ser muito preocupante, que é o panorama dos fogos com uma intensidade que já não tinha há muitos anos”, acrescentou o Presidente, que esteve hoje em Washington para participar no funeral de Estado do ex-líder norte-americano Jimmy Carter.
Antes de Marcelo Rebelo de Sousa falar aos jornalistas portugueses, o congressista luso-americano Jim Costa, eleito pela Califórnia, havia dito que os grandes incêndios que lavram em Los Angeles tinham alcançado zonas de presença de comunidades luso-americanas.
“Sim. É triste e horrível. Um querido amigo meu perdeu a sua casa ontem [quarta-feira] em Palisades e tenho uma outra amiga que pode perder a dela. Há comunidades portuguesas perto dos fogos, em San Pedro e perto Altadena, onde eu sei que luso-americanos vivem”, afirmou Costa, em Washington, questionado pela Lusa sobre se há portugueses afetados
“Ainda não temos os fogos sob controlo. Tudo isto evidencia na Califórnia, mas também ao redor do mundo, o papel das alterações climáticas. Em Portugal tivemos incêndios com efeitos devastadores, assim como na Califórnia”, assinalou o congressista democrata da Califórnia.
O político luso-americano sublinhou que muita da “natureza e da força destes fogos”, com uma “maior intensidade hoje do que no passado”, devem-se em parte às mudanças climáticas.
Também David Valadão, congressista republicano da Califórnia, igualmente luso-americano, não descartou a possibilidade dos incêndios afetarem a comunidade portuguesa do seu estado, frisando que não só o fogo tem afetado diretamente as comunidades, como também o fumo, que se tem alastrado a zonas mais afastadas dos focos de incêndio.
Os dois principais incêndios que assolam Los Angeles continuam hoje fora de controlo, apesar dos esforços dos bombeiros, disseram as autoridades locais.
O fogo no bairro nobre de Pacific Palisades é “um dos desastres naturais mais destrutivos da história” da segunda maior cidade dos Estados Unidos, disse a chefe dos bombeiros de Los Angeles, Kristin Crowley, numa conferência de imprensa conjunta com o xerife do condado, Robert G. Luna.
Existem atualmente cinco incêndios ativos na área de Los Angeles que já devastaram cerca de 11.770 hectares, segundo os últimos dados do Corpo de Bombeiros da Califórnia, conhecido como ‘Cal Fire’.
O mais destrutivo é em Palisades, bairro localizado em Los Angeles, cujo incêndio começou terça-feira e já devastou 6.975 hectares, estando atualmente fora de controlo.
Pelo menos cinco pessoas perderam a vida nos incêndios, embora as autoridades locais tenham alertado na conferência de imprensa que o número de mortos pode aumentar.