O líder da Iniciativa Liberal avisou hoje que não tenciona viabilizar um Orçamento do Estado baseado numa “coprodução Medina-Sarmento”, apesar de ressalvar que tenciona ver o conteúdo do documento antes de definir um sentido de voto.
Em declarações aos jornalistas no Centro de Congressos do Estoril, onde começa hoje o congresso da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), Rui Rocha recorreu ao facto de hoje a reunião do Conselho de Ministros, dedicado à mobilidade, ter incluído uma viagem de comboio, para salientar que o “comboio do executivo está a encaminhar-se para o lugar errado”.
“É uma escolha legítima da Aliança Democrática (AD), mas esta aproximação ao PS implica afastar-se dos interesses do país. (...) É um comboio que está cada vez mais afastado das necessidades do país, à medida que se aproxima dos interesses do PS”, afirmou Rui Rocha, salientando que o Orçamento parece “estar morto” do ponto de vista dos instrumentos necessários ao crescimento económico do país.
“Esta aproximação mata qualquer possibilidade de irmos no sentido certo, trazermos uma economia pujante, uma sociedade afirmativa e, portanto, é mais do mesmo do que nós já tivemos nos últimos anos”, criticou.
Questionado assim se, caso as propostas apresentadas pelo Governo ao PS se mantenham na proposta orçamental, a IL tenciona votar contra o Orçamento, Rui Rocha respondeu: “Eu creio que este é um Orçamento, chamar-lhe-ia Medina-Sarmento”.
“É uma coprodução entre o PS e a AD e nós, da mesma maneira que não viabilizaríamos orçamentos apresentados por Fernando Medina, não viabilizamos também orçamentos subscritos por Luís Montenegro e Joaquim Miranda Sarmento, mas que, no seu espírito, são orçamentos que Fernando Medina podia perfeitamente apresentar”, disse, acrescentando que o antigo ministro das Finanças do PS disse esta quinta-feira que a proposta do Governo é agora “perfeitamente aceitável do ponto de vista do PS”.
Rui Rocha ressalvou contudo que a IL pretende “aguardar pelo texto propriamente dito, pelo conteúdo propriamente dito”.
“Mas é evidente que, se não votámos a favor de documentos do PS, também não votaremos a favor de documentos que são muito próximos daquilo que o PS apresentaria”, afirmou.