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PCP afirma que NATO “não procura nem defende a paz” e pede a sua dissolução

Data de publicação
08 Abril 2024
16:50

O PCP assinalou hoje os 75 anos da NATO salientando que a aliança “não procura nem defende a paz” e “serve fundamentalmente como braço armado dos interesses” dos Estados Unidos, pedindo a sua dissolução.

Em comunicado, o gabinete de imprensa do PCP refere que, passados 75 anos desde a fundação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), a atual situação internacional mostra a “falsidade das proclamações da NATO como uma dita organização defensiva”.

“A NATO demonstra pela sua própria ação que não procura nem defende a paz. Pelo contrário, bloqueia perspetivas e esforços de negociação com vista à paz, como acontece mais uma vez na guerra na Ucrânia, optando por alimentar o conflito e nele intervir de forma cada vez mais direta”, lê-se no documento.

Para o partido, “a NATO é um bloco político-militar de caráter ofensivo, que serve fundamentalmente como braço armado dos interesses dos Estados Unidos da América, assim como das outras potências imperialistas”.

“A verdade é que ao longo dos seus 75 anos a NATO alimentou, deu suporte e levou a cabo guerras de agressão violando o direito internacional e os mais básicos direitos humanos, de que são exemplo as agressões à Jugoslávia - a primeira guerra na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial - ao Afeganistão, Iraque, Líbia ou Síria”, refere-se.

O PCP acusa os Estados Unidos, a NATO e a União Europeia (UE) de já não conseguirem “ocultar a sua condição de cúmplices de Israel no genocídio levado a cabo na Palestina”, demonstrando “uma atroz hipocrisia perante o massacre de dezenas de milhares de palestinianos e a violação dos mais elementares direitos humanos e do direito internacional”.

Por outro lado, o partido defende também que os Estados Unidos, NATO e UE estão a “alargar e intensificar a confrontação com todos os países que considerem representar um obstáculo à sua estratégia de domínio”, seja através de sanções, “‘acordos’ e ‘parcerias tentaculares’” ou a “instalação de mais meios militares junto às fronteiras da Rússia e na Ásia-Pacífico”.

A nível nacional, o PCP diz opor-se “à política externa de sucessivos governos do PS PSD, caracterizada no essencial pelo seguidismo e submissão aos interesses e estratégia das grandes potências imperialistas e pelo alinhamento com o reforço e alargamento da NATO, a militarização da UE e a sua política belicista”.

Para o partido, a participação de Portugal na Aliança é também “um fator condicionante da soberania e da independência de Portugal, de subalternização das Forças Armadas Portuguesas e de padronização da sua organização”.

“A dissolução da NATO é objetivo crucial para a afirmação da soberania nacional e para a paz mundial, com o qual o processo de desvinculação do país das suas estruturas deve estar articulado, no quadro do inalienável direito de Portugal decidir da sua saída”, refere-se.

O PCP recorda ainda que a NATO foi fundada em 1949, “seis anos antes da criação do Pacto de Varsóvia”, e visava “o confronto com a União Soviética e o campo dos países socialistas”, tendo a “ditadura fascista portuguesa” sido um dos seus membros fundadores.

O partido defende também que a longevidade do Estado Novo foi “inseparável do apoio que a NATO e as suas principais potência lhe garantiram” e salienta que a “Revolução libertadora do 25 de Abril foi alvo de pressões e ameaças da NATO, visando condicionar a vontade do povo português”.

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