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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

14/09/2024 08:00

É nesta semana que milhares de estudantes regressam à escola, uma ocasião que, apesar de ser familiar, não deixa também de ser de novidade, antecipação e renovação do foco nas coisas que mais valorizamos na vida escolar. De entre estas, é natural que uma das mais assinaladas seja a importância de cada estudante ter boas notas, algo que é significativo para o mérito individual e para os graus de liberdade que cada um poderá ter nas opções futuras. As classificações dos estudantes são também utilizadas como marcador para identificar a eficácia dos sistemas educativos e são critérios centrais para os famigerados rankings das escolas.

Evidentemente, é essencial ter boas notas, mas se pensarmos nas exigências da vida escolar e do mundo contemporâneo, também sabemos que as classificações não são um fim em si mesmo ou apenas um crachá efémero para ser apresentado. É essencial que as classificações realmente reflitam conhecimento, formação e se acompanhem de competências, como é o caso das competências sociais e emocionais, que serão úteis muito para além do dia do exame e permitem a cada um responder aos desafios do mundo do trabalho, das relações e da vida.

É fundamental - para os próprios e para o mundo - que os estudantes tenham boas notas e que se saibam relacionar consigo e com os outros. Até porque uma coisa não impede a outra. Pelo contrário, as segundas associam-se e podem ser facilitadoras das primeiras. Foi isto que sinalizou o Survey on Social and Emotional Skills, da OCDE, um estudo que avalia as condições e práticas que promovem ou não o desenvolvimento das competências sociais e emocionais dos estudantes de 10 e 15 anos. À semelhança do que mostram outros trabalhos, verificou-se uma associação entre resultados escolares mais elevados e menor absentismo, e competências como a curiosidade, a motivação, a persistência ou a responsabilidade. Ou seja, o desenvolvimento de competências sociais e emocionais também é central para o que aparece na pauta.

A missão de qualquer sistema educativo reside em garantir que os estudantes estão equipados com as ferramentas que lhes permitem ter sucesso e responder aos desafios que enfrentam. Se, como se tem vindo a demonstrar, existe uma associação entre as competências sociais e emocionais e o sucesso, então devemos também valorizar essas competências e criar todas as oportunidades que favoreçam o seu desenvolvimento. Crianças e jovens (e adultos!) curiosos, perseverantes, que têm empatia e autocontrolo, e que se sabem relacionar com os outros, certamente estarão mais equipados para lidar com este e os próximos anos escolares, e sobretudo com os desafios da vida e do futuro.

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