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Artigo de Opinião

Deputado na ALRAM

2/10/2024 08:00

Nos últimos anos, o partido Juntos pelo Povo (JPP) emergiu como uma força política na Madeira.

Torna-se necessário examinar criticamente as promessas e as práticas desse partido, sobretudo no que diz respeito à demagogia que permeia a sua atuação. Aliás, demagogia, essa, que a população já começa a reparar, até porque sabe que este discurso sabe a pouco e não vai além de meras palavras.

Um partido que, um dia, anseia um casamento com os socialistas madeirenses, quatro horas depois, já recusa envergar a aliança e, passados alguns meses, se encontra a brigar com o que teria sido o seu cônjuge, por causa de comissões de inquéritos. Aliás, alcança o cúmulo de lutar para ver quem chega primeiro à Assembleia, numa luta de galos que envergonha qualquer um.

O JPP, ao procurar um espaço na política regional, passou para o lado da estratégia demagógica, do extremismo e conseguiu, rapidamente, ocupar o espaço da esquerda radical, da qual eu pensei que estaríamos safos no Parlamento. Mas basta ouvir falar o seu líder parlamentar para deixar de ter saudades dos bloquistas ou dos comunistas. Orgulham-se de ser o partido dos “papelinhos”, do protesto e do julgamento da praça pública. Acham, mesmo, que a Assembleia não é um espaço de diálogo, de propostas e de combate político, mas sim um espaço de escrutínio público e de julgamento popular.

Este partido, que já se apresentou como uma alternativa, é o partido que exige, no Funchal, que o Governo Regional baixe impostos e devolva rendimentos às famílias, mas que, em Santa Cruz, onde governam os irmãos Sousa, não devolve rendimentos as famílias, não baixa impostos, cobra a derrama, não constrói habitação e obriga os munícipes a pagar taxas ilegais.

Quando o PSD Madeira relembra todas estas situações os deputados do JPP, têm, ainda, a distinta lata de dizer que “Nós não podemos falar de Santa Cruz!”, como se fossem os donos de Santa Cruz.

A sensação de que o JPP se posiciona como se fosse o “dono” de Santa Cruz não é nova.

Ao longo dos últimos anos, temos assistido a uma série de iniciativas e declarações que parecem indicar que este movimento acredita ter o monopólio das boas ideias e da representação dos interesses da comunidade.

É importante reconhecer que o JPP, como qualquer outro partido ou movimento político, tem sua legitimidade proveniente do apoio popular. Mas não se esqueçam que, apesar de terem jurado combater algumas questões, são, na prática, um partido governado por um grupo unifamiliar.

Perante estes episódios, não podemos ficar calados quando alguém acha que o seu nível de superioridade moral está acima do dos outros. E, antes dos do costume gritarem que eu não posso falar de Santa Cruz, para que fiquem a saber: “o meu avô já era polícia em Santa Cruz, prestava um serviço à comunidade com muito orgulho e o seu partido ainda não era nem sequer um movimento”.

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