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Artigo de Opinião

Presidente da Delegação Regional da Madeira da Ordem dos Psicólogos Portugueses

15/08/2024 08:00

A Inteligência Artificial Generativa (IAG), que inclui modelos como GPT-4, representa um salto significativo na IA, permitindo que máquinas criem conteúdos que não se distinguem daqueles feitos pelo Homem. Embora esta tecnologia ofereça um imenso potencial, também traz consigo um conjunto de desafios sociais complexos.

Desde logo, a IAG traz desafios relacionados com a desinformação e as falsificações. A capacidade de criar textos, imagens e vídeos realistas facilita a produção de notícias falsas e desinformação convincentes, minando a confiança nos meios de comunicação social e nas fontes de informação. Os vídeos deepfake, que podem fazer com que as pessoas pareçam dizer ou fazer coisas que nunca fizeram, colocam desafios éticos e jurídicos, podendo ser utilizados para fins maliciosos, como a chantagem e a manipulação política.

Preocupações com a privacidade também são primordiais. Os modelos de IAG exigem grandes quantidades de dados pessoais, suscitando questões de privacidade significativas relacionadas com a recolha, o armazenamento e a utilização desses dados, especialmente se as informações sensíveis forem inadvertidamente expostas. Embora os dados sintéticos possam proteger a privacidade individual, também podem ser usados para criar perfis detalhados de indivíduos sem o seu consentimento.

O impacto económico da IAG é outra questão crítica, em especial no que diz respeito ao emprego e à desigualdade. À medida que a IAG melhora, pode automatizar tarefas tradicionalmente executadas por seres humanos, o que pode levar à deslocação de postos de trabalho em setores como a criação de conteúdos, o serviço ao cliente e o design. Os benefícios da IAG podem não ser distribuídos uniformemente, agravando as desigualdades económicas existentes. Aqueles com acesso a tecnologias e competências avançadas podem colher recompensas significativas, enquanto outros podem ser deixados para trás.

Os riscos éticos e jurídicos também são significativos. Determinar a responsabilização pelas ações e resultados da IAG é complexo. Se um modelo gerar conteúdos nocivos, não é claro quem deve ser responsabilizado – os criadores, os utilizadores ou a própria IA. Além disso, o rápido avanço da IAG ultrapassa os quadros de regulação existentes, colocando um desafio na criação de regulamentos eficazes que protejam a sociedade sem impedir a inovação.

Os riscos de segurança associados à IAG incluem o potencial de ameaças à cibersegurança. A IAG pode ser usada para criar ataques sofisticados de phishing, identidades falsas e outras atividades maliciosas que podem ignorar as medidas de segurança tradicionais. Existe também o risco de a IAG ser utilizada como arma, com sistemas autónomos capazes de ações prejudiciais sem supervisão humana.

Em conclusão, embora a IAG detenha um potencial transformador, é imperativo dar resposta aos desafios sociais e atenuar os riscos associados para garantir que este poderoso instrumento é utilizado de forma ética e responsável. Os esforços colaborativos entre tecnólogos, decisores políticos e a sociedade em geral são essenciais para aproveitar os benefícios da IAG, salvaguardando-se simultaneamente contra os seus potenciais danos.

Mas uma das melhores formas de ilustrar os desafios que IAG coloca é revelar que, excetuando esta última frase, a tradução de inglês para português e vários retoques, todo este texto foi construído por IAG, tendo bastado para isso que eu tivesse pedido que escrevesse um texto sobre os desafios sociais da IAG!

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