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Artigo de Opinião

Comunicação - Assuntos da UE

15/07/2024 08:00

De vulcões, a selvas, a praias paradisíacas... A minha viagem pelo mundo, que começou em Janeiro, tem-me dado um pouco de tudo. No último artigo, falei-lhe dos países que visitei na primeira metade de viagem. Seguimos caminho.

O voo que me levou à Austrália demorou 8 horas desde o Vietname. E passei de 37 graus para 15 (era Outono lá em baixo). Das várias coisas que podia referir sobre aquele país, destaco o futebol australiano ou “footy”. Eles têm uma paixão! E ao contrário da típica experiência do futebol que conhecemos, ali vão mulheres, vão crianças, adeptos de equipas adversárias estão sentados lado a lado a partilhar cervejas. Impressionou-me o respeito que têm pelo jogo e pelo próximo.

E aterramos no Sri Lanka. Apesar de ter ido na altura das chuvas, o Sri Lanka é um lugar bonito. Ali os locais explicaram-me muito sobre a altura em que Portugal tomou posse parcial do país. E ali foi também que andei no comboio mais cénico do mundo. A viagem de Kandy para Ella é algo a fazer numa vista ao Sri Lanka. São sete horas, passando por diversos tipos de paisagem e com a possibilidade de tirar uma foto pendurado do comboio (recomendo que se agarre bem).

Prestes a deixar a Ásia, ainda dei um pulinho à Coreia do Sul. Uau! Tive a oportunidade de visitar a Zona Desmilitarizada, que é a fronteira entre a Coreia do Sul e a do Norte. Pude aprender mais sobre a repercussão da guerra, os traumas que ainda hoje impinge e espreitar a Coreia do Norte. Com uns binóculos, pude ver pessoas a trabalhar na agricultura, a passear de bicicleta. Confesso que foi algo estranho, saber que eu estou a vê-los porque posso viajar, mas que eles não têm esse privilégio.

Voo para Los Angeles. Não me alongarei muito com LA. Parecia estar num filme. No cais de Santa Mónica, senti-me uma figurante de uma série porque vi tantas filmagens neste lugar e de repente, ali estava eu.

Agora é tempo para a América do Sul e comecemos pelo Peru. O Peru é um dos países mais diversos que visitei. Paisagens, montanhas, oásis, desertos, vulcões. E a comida! Que país de pessoas acolhedoras e prontas a falar da sua cultura indígena. Tantos povos antigos que se desenvolveram por esta terra. Em especial os Incas. Visitar Machu Picchu deixou-me em lágrimas de tão incrível que é. O Peru deixa-me sem palavras!

Next, Bolívia. Este país não estava na minha lista, mas pensei porque não. E ainda bem. La Paz, a capital mais alta do mundo a 3800 metros acima do nível do mar, é uma caixinha de surpresas. A Prisão de São Pedro, que fica numa das praças mais movimentadas da cidade, passa despercebida. Esta prisão é notória porque, devido à falta de fundos, não há polícias dentro. Só fora para garantir que ninguém sai. Lá dentro, há toda uma cidade. As famílias dos criminosos vivem com eles. Há restaurantes, supermercados, as celas têm de ser compradas ou arrendadas pelos presos. Algo inimaginavelmente interessante. A Bolívia foi o país que mais me impressionou - também tem incríveis paisagens a sul.

Por fim, chegamos ao Chile. Se calhar tinha expectativas altas para o Chile, se calhar deveria ter escolhido visitar noutra altura do ano (que frio!), mas para mim, ficou um pouco aquém. Sim, a zona do deserto do Atacama é linda, mas era mais do que já tinha visto no sul da Bolívia. O que mais gostei de experienciar no Chile foi uma excursão noturna para aprender sobre meteoros, galáxias e o universo. O deserto do Atacama é um dos melhores lugares no mundo para esta actividade. Através de telescópios, vimos milhares de estrelas, a Via Láctea, a imensidão do universo. Fez-me sentir pequena. Deixou-me uma lição: sempre que stressar com alguma coisa, tentarei lembrar-me de que sou apenas um pequeno ser humano num pedacinho de rocha que flutua no vasto universo e que só estou aqui por um período minúsculo, minúsculo no espaço-tempo. Nada do que faço tem realmente importância no grande esquema das coisas. E há uma certa liberdade em finalmente perceber isso.

É tempo de voltar à Europa - mas ainda não a casa.

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