É certo que a magia das luzinhas durante a noite tem outro impacto, mas não deixa de ser igualmente belo os cenários de Natal à luz do dia, ficando mais evidente cada detalhe natalício, que merece ser contemplado com olhos de ver.
Isso mesmo encontrámos ao início da manhã de ontem no concelho de Machico, onde a praça – em frente aos Paços do Concelho –, se converteu numa autêntica aldeia Natal e, com as atrações da época, um maior fluxo de pessoas às compras, nas esplanadas, a sentir o espírito natalício.
Outras, também, propositadamente a conhecer os enfeites natalinos deste ano.
Vêm ver o presépio e as restantes decorações de máquina fotográfica em punho, comentando entre si a beleza destas decorações que se estendem um pouco por todo os cantinhos da Madeira, com igual nota para o encanto que os próprios estrangeiros demonstram.
Vermelhos e dourados dominam
E há de tudo: o trenó do Pai Natal, um presépio, uma lapinha mais tradicional, bem à madeirense, com os típicos cântaros de trigo, assim como duas árvores, pejadas de bolas gigantes, a ladear a entrada da Câmara Municipal de Machico.
Predominam o vermelho e o dourado, intercalados, amiúde, com o verde, contribuindo para a criação de uma atmosfera de magia, como se assiste por estas alturas.
Apesar de o grosso das decorações mais tradicionais se concentrar junto aos Paços do Concelho, há mais para ver e comprar, inclusive.
Porque Natal que é Natal, além das casas engalanadas a rigor para o menino jesus, têm os muitos sabores.
A concelhia noite do mercado – réplica que se propaga por todos os concelhos em homenagem à noite de 23 no Funchal –, aconteceu, em Machico, na noite de sexta-feira, véspera de feriado.
Talvez por isso, o movimento junto ao Mercado Velho de Machico, onde na rua em direção ao mar se alinham as barraquinhas de venda de produtos alimentares, era por aquela hora algo tímido. A recuperar da noite anterior.
A maioria dos fregueses, como nos foi transmitido pelos comerciantes, gosta de ter a casa preparada para a ‘festa’, mesmo nas semanas que antecedem o Natal, propriamente dito. Por isso, para brindar as visitas com o melhor, as manhãs de páscoa, por exemplo, já são cartão de visita em muitas residências. Mesmo que a mais de duas semanas do dia de Natal.
Manhãs de Páscoa lideram
Na banca de flores que encontrámos no mercadinho da localidade, onde são as manhãs de páscoa a reinar, há por onde escolher: vermelhas ou brancas? A maioria opta pela cor do Natal, mas também há quem prefira o contrário ou, ao invés desta flor, um ou outro ramo, ou uma verdura, que, por esta altura, também saem bem para enfeitar as casas.
Natal sinónimo de mais trabalho
O cheiro a Natal, por ali, estende-se duas bancas depois, com a presença das tangerinas, tão características da época.
Dolores Viveiros, comerciante, tem uma banca de venda de produtos alimentares, onde reina o pão caseiro, o mais procurado da sua banca ao longo de todo o ano.
Para que tudo fique pronto, Dolores Viveiros sublinha o trabalho que tem nos dias antes do mercado, lembrando o tempo que dispensa para a confeção do pão caseiro, que, orgulhosamente nos fez questão de mostrar.
”Dá muito trabalho”, assim observou. Por si, abdicaria da venda do pão caseiro, mas são os clientes que pedem e insistem. As vendas na sua banca correm bem e nota que a maioria dos clientes já estão a preparar o Natal.
Não por acaso, nesta banca, onde saem muito bem as tangerinas – uma das frutas da ‘festa’ –, os licores também têm o seu lugar, tão em destaque que estão nesta quadra. As leguminosas, como ao longo de todo o ano, são sempre procuradas.
Diversões para todas as idades
Popularmente, diz-se que o Natal é das crianças. O que se revestiu de especial significado quando a nossa reportagem, passado em revista o mercado de produtos alimentares, prosseguiu caminho até ao Fórum Machico.
É lá que está instalada a aldeia natal, repleta de casinhas em miniatura, que fazem a delícia dos mais novos.
Meia dúzia os que lá se encontravam entre correrias e conversas entre si.
Ainda junto ao mesmo local, uns metros mais à frente, mais junto ao mar, um miniparque de diversões prende a atenção dos transeuntes, a pensar regressar para uma voltinha de noite.
De facto, segundo nos apercebemos e de acordo com opinião geral dos ouvidos nesta reportagem, o maior fluxo de pessoas acontece no período da noite, embora residentes e estrangeiros também aproveitem a luz do dia para ver os enfeites.
Claramente, sob outra perspetiva, onde os restantes elementos decorativos se estendem na própria iluminação pública do concelho.