O Campeonato Mundial de Cocktail, que se realiza pela primeira vez na Região, está a ser um “sucesso” e tem recebido “muitos elogios”. Alberto Silva, presidente da Associação de Barmen da Madeira, expressa ao JM a sua satisfação face ao feedback positivo que tem recebido por parte dos participantes e garante que o evento superou as suas expectativas.
Depois de a Associação ter conquistado todos os títulos que almejava ao longo dos últimos anos, Alberto Silva considera que este certame é a cereja no topo do bolo. “Não foi fácil, porque havia outros países também interessados, mas conseguimos ganhar e trazê-lo para Portugal, nomeadamente para a Madeira (...) Aliás, muitos dos participantes vão ficar mais uma semana para também visitar a ilha”, afirma, sublinhando a importância do evento também para a promoção do destino.
“Temos aqui o mundo todo. Tem sido um grande cartaz turístico para a Madeira e todas as pessoas com quem falo dizem que querem voltar”, releva.
140 participantes
O Campeonato do Mundo conta, nesta edição, com a participação de 70 países, sendo que cada um traz dois barmen, ou seja, um total de 140 participantes – nenhum madeirense - que se disputam nas provas de ‘Clássico’ e ‘Flairbartending’ (envolve a criação de cocktails com truques e acrobacias).
Mercado dos Lavradores “encantou” organização mundial
Alberto Silva dá ainda nota da prova que ocorreu, ontem, no Mercado dos Lavradores, onde os participantes só utilizaram produtos regionais, algo que “nunca tinha sido feito” neste certame até ao momento. “Foi um grande sucesso. A Organização mundial ficou muito encantada com o nosso mercado e as nossas frutas”, frisa.
Vinho Madeira nos melhores três cocktails do mundo
Tal como noticia hoje o JM na sua edição impressa, o campeonato, que termina hoje com a ‘Finalíssima de Flair’ – que terá um português a competir -, às 21h00, e a ‘Finalíssima de Clássico’, às 22h00, no Savoy Palace, vão eleger os três melhores cocktails do mundo que terão o Vinho Madeira como ingrediente obrigatório.
Refira-se que o próximo Campeonato do Mundo de Cocktails realizar-se-á na Coreia.
“É preciso manter qualidade de serviço”
Manter a qualidade de serviço, especialmente na hotelaria, combater a falta mão-de-obra e pagar melhores salários. Estes são algumas das preocupações e desafios elencados ao JM pelo presidente da Associação de Barmen da Madeira.
“O nosso turismo passou para o dobro daquilo que estávamos habituados e, por isso, a mão de obra precisa também passar para o dobro”, denota.
Para o responsável urge, de igual modo, pagar melhores salários à classe de forma a fixar mais profissionais. “O ordenado na hotelaria, como toda a gente sabe, não é muito bem pago. Por exemplo, um bom barmen, um barmen de primeira, ganha entre 800 e 900 euros, um pouco acima do salário mínimo”, elucida.
Outro dos problemas é o facto de que, antes da pandemia, estes profissionais recebiam quase dois ‘salários’: o ordenado e o valor referente à gratificação que atualmente é quase residual, muito por ‘culpa’ das novas tecnologias.
Gratificações fazem falta
“Há muitos barmen que nem tocavam no ordenado. Viviam da gratificação. (...) Agora estas novas tecnologias vieram prejudicar-nos um pouco, porque já ninguém usa dinheiro e quando paga passa só o cartão”, remata.