Na audição parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira com a presença do presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Biólogos, o Chega-Madeira, representado pelo deputado Miguel Castro, levou ao debate questões fundamentais sobre a gestão da Área Marinha da Reserva Natural das Ilhas Selvagens e a recente proposta legislativa do partido para a alteração do regime de proteção da zona.
Numa nota enviada à redação, o Chega refere que “apesar de insistentes questões, o Dr. Ricardo Araújo não foi capaz de esclarecer quantos prémios foram atribuídos à Reserva desde 2022, ano em que a legislação de proteção foi alterada”. Dessa forma, afirma que “esta falta de clareza representa uma omissão inaceitável em matérias de reconhecimento e valorização desta área natural e reforça a necessidade de uma revisão das atuais políticas de proteção e gestão da reserva”.
Além disso, o partido acrescenta que ”o biólogo Dr. Araújo mostrou-se contraditório ao afirmar que a pesca, naquela área, representa apenas 1% da quota desde 2022, quando, segundo dados não apresentados na referida comissão, porque não tinha vindo preparado, tal quota seria irrisória e sem efeitos significativos. Se 1% é tão pouco, então, qual é o problema de permitir o acesso aos pescadores que sempre respeitaram as boas práticas de conservação?”. E mais, o Chega aponta aquele que considera “outro ponto contraditório no discurso do presidente da Ordem dos Biólogos”, que prende-se com o seu “desconhecimento da passagem de navios de cruzeiro nas proximidades da reserva, conhecidos pelos elevados níveis de poluição que geram” Deste modo, o Chega questiona esta incoerência e “exige explicações sobre o porquê de uma abordagem de restrição aos pescadores madeirenses, enquanto se permite o tráfego de embarcações de grande porte e de embarcações estrangeiras na reserva”.
Miguel Castro deixou ainda uma pergunta no ar: “as Ilhas Selvagens são para ser vistas e embelezadas ou são apenas um troféu português?” Para o Chega, “a gestão desta Reserva tem-se tornado uma questão de ‘inglês ver’ e ‘espanhol pescar’, dada a proximidade ao arquipélago das Canárias”.