No derradeiro dia de campanha, a candidatura do PSD está na manhã desta sexta-feira no Mercado dos Lavradores, numa espécie de ‘arruada’ pelo seu interior.
Com Tranquada Gomes a seu lado, tal como os secretários regionais Rafaela Fernandes e Pedro Ramos, Miguel Albuquerque apresentou-se extremamente tranquilo à comunicação social, salientado que confia “no sentido de responsabilidade da população”. Reiterou que a instabilidade parlamentar dos últimos tempos resulta “do narcisismo da oposição que quer governar mesmo sem ter o voto do povo”, ao contrário dele, frisando que “nunca perdi uma eleição e estou legitimado pelo voto do povo”.
Ou seja, recusa ser ele o fator de instabilidade, fala sempre no coletivo, lembrando que “o PSD é um instrumento ao serviço da Madeira e de Portugal” escusando-se a projeções pós-eleitorais de eventuais alianças. “É preciso contar os votos e depois é que se vê...”
“Eu acho que, neste momento, as pessoas já decidiram. É fundamental estarmos em contacto com a população até à última hora de campanha, mas eu acho que já está tudo decidido”, disse o candidato social-democrata
Miguel Albuquerque, que lidera o executivo madeirense desde 2015, “as pessoas têm a consciência de que é necessária uma maioria para a Madeira e que a única maioria credível para o Governo da Região é do PSD”. Declarou, ainda, ter “fé no bom senso e sentido de responsabilidade das pessoas”.
“A democracia é um regime que imputa a cada um de nós a responsabilidade na condução dos destinos dos países e das regiões. E as pessoas, ou votam bem ou votam mal. Quando votam mal, quem sofre as consequências é a própria população. É um regime de corresponsabilização”, argumentou.
O líder madeirense recusou as acusações de que é fator de instabilidade política na Madeira, adiantando que a realização de duas eleições seguidas se deve “ao sentido de irresponsabilidade da oposição, que sofre de um problema de narcisismo de poder. Mesmo não tendo maioria, querem chegar ao poder. Não tendo a confiança do povo, acham que devem mandar na Madeira, quando a democracia é o contrário”.
Miguel Albuquerque também salientou que o PSD é “contra o sistema de denúncias anónimas”, apontando que esse método “não responsabiliza quem faz a denúncia e é um sistema (...) instrumentalizado pelos partidos radicais para descredibilizar a democracia”, rejeitando a sua utilização por parte dos sociais-democratas.
Questionado sobre o apelo do ex-presidente do Governo da Madeira e do PSD, Alberto João Jardim, e do seu adversário político no partido, Manuel António Correia, ao voto no PSD, destacou que “o PSD sempre foi um partido de gente livre, ao contrário do que acontece nos outros”.
“Lembro-me de que quando concorri às eleições [internas], concorri com mais cinco candidatos”, referiu, reforçando que a “ideia de que o PSD é um partido monolítico, em que toda a gente pensa da mesma maneira, não é verdade”.
Falando sobre as sondagens divulgadas por órgãos de comunicação social madeirense que dão maioria absoluta e relativa ao PSD, rejeitou que possam contribuir para o aumento da abstenção.