No passado domingo a Região Autónoma da Madeira voltou às urnas. Neste caso, foi só a população residente na Madeira que foi marcou presença, fruto da incompetência das instâncias maiores que se querem defensoras da Democracia que impediram o voto em mobilidade de largos madeirenses, para a eleição de uma nova Assembleia Regional.
Não irei estar com grandes rodeios, há dois claros vencedores destas eleições, o primeiro PSD-Madeira e Miguel Albuquerque, apesar dos crescentes casos na esfera da justiça saem reforçados com o voto do povo, que com isso mostra que se está a marimbar para os casos na justiça. O segundo o partido de Santa Cruz, JPP, que cada vez mais assume o lugar como principal partido da oposição na Madeira.
Os restantes partidos entram na coluna dos derrotados, PS-Madeira e, principalmente, Paulo Cafôfo perdem o lugar como maior partido da oposição. Uma sequência de resultados catastróficos para os socialistas que têm vindo a hipotecar o capital político desde a célebre fuga de Cafôfo para o continente. Chega, ao contrário do que diz o fantoche de André Ventura, perde um deputado. IL mantêm o mesmo, apesar da confiança da segunda. PAN, que foi nos últimos anos o partido de “nem carne, nem peixe”, deixa o parlamento regional.
E o CDS-PP, pergunta o leitor? Esse é o partido que apesar de perder um deputado, e ficar só com um, ganha o cargo de maior importância regional e com jeitinho uma secretaria e alguma direção regional.
Com o fim destas eleições o povo pode descansar a caneta por uns momentos, pois em maio está de volta às urnas.
No campo das destituições, o Marítimo encontra, pela primeira vez na sua história, o caso de uma Assembleia-Geral destitutiva, marcada para a próxima quinta-feira. As razões para tal feito inédito prendem-se, e não vale a pena jogar areia para os olhos dos sócios e adeptos, com os resultados da equipa de futebol profissional.
Infelizmente, e digo infelizmente, pois haveria muito para discutir para além do pontapé na bola (quando a bola entra ninguém se importa com mais nada). Mas, o problema do Marítimo é que “é muito mais que um pontapé na bola”, e isso é a única coisa que importa.
Já demonstrei por estas páginas alguns dos problemas extra-futebol, hoje voltarei a fazer o mesmo, focando-me nesta assembleia-geral e nos estatutos do clube.
A realidade é que a última revisão estatutária foi efetuada no tempo em que quem estava lá não acreditava no poder dos sócios, e na verdade, os mesmos andavam afastados do associativismo, e que o Marítimo era só de um grupo de pessoas. Ora acontece que os mesmos não sofreram o escrutínio devido por parte dos associados e não cabe na honra e história do Marítimo que o clube tenha a vida pendente a 50 sócios. O número exigido para a constituição de uma assembleia-geral. Este é um gritante exemplo de como os mesmos são do mais arcaico e básico possível.
Para não fugir ao assunto, o “timing” da assembleia-geral é péssimo e o porquê da mesma, para além da bola entrar, não é conhecido. O universo Marítimo não pode depender somente da bola entrar, há subscritores que falam do aspecto financeiro, mas é bom relembrar que as contas foram aprovadas na respetiva assembleia-geral e que apesar de tudo, o que mais me assusta, é que alternativas não existem, dizem que vão surgir, mas, mais uma vez, o Marítimo não pode viver de suposições e em suspenso, mas...
Há que admitir que a direção do clube só tem dado tiros nos pés. O péssimo planeamento do futebol profissional, passando para a formação, as modalidades, tirando o andebol a definhar, o silêncio e a falta de diálogo com os associados conseguem ser confundidos por falta de consideração com os mesmos. Estas negociatas carecem de esclarecimentos para a venda da SAD pois são lideradas por alguém que os sócios não mandataram.
O futuro do Marítimo, neste momento, é deveras sombrio e continua a faltar discernimento para o melhorar.