Os professores têm hoje motivos para celebrar e para se afirmar. Neste Dia Mundial do Professor, a celebração acontece com um passeio dos docentes até Santana, um evento organizado pelo SPM e que reuniu 125 colegas.
“Associamo-nos a este Dia, num misto de celebração e de afirmação”, começou por dizer o coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira, realçando que “esta é uma profissão que continua a ser muito importante, daí a preocupação com a falta de professores pelas organizações internacionais que reconhecem que é fundamental para a humanidade que os professores sejam em número suficiente para dar às crianças e jovens uma educação que lhes permita olhar o futuro com otimismo”. O que, “infelizmente, não está a acontecer em muitos países”.
Francisco Oliveira salientou que este dia é também “um momento de afirmação, porque, sendo professores, nós olhamos hoje um dia um pouco mais para nós”. Numa introspeção sobre se um professor se sente realizado com o que faz, o coordenador do SPM recorda os resultados do inquérito realizado recentemente pelo organismo sindical para responder afirmativamente. “Os professores sentem-se realizados, mas, em contrapartida, não recomendam a profissão a familiares e amigos”, apesar de “sentirem orgulho e gostarem da sua profissão”.
Sendo reconhecido que esta é uma classe a envelhecer e sem o rejuvenescimento necessário, Francisco Oliveira sublinhou que “os professores se sentem com muita vitalidade, mas há uma grande percentagem que se sente completamente esgotada”. A média de idades dos docentes na Região é ligeiramente inferior à média nacional, mas situa-se nos 51 anos de idade. “nos próximos dez, 15 anos, haverá mais de 40% professores que se vão aposentar e, infelizmente, não está a haver a renovação suficiente”.
O sindicalista voltou a reafirmar que é preciso mais gente nova a entrar na docência, “mas isso tem sido dificultado pelos nossos governantes, que não têm facilitado a vida dos professores, em termos de confiança, de estabilidade, de modo que mais jovens possam entrar nesta profissão, como eu próprio entrei há 35 anos e sentir que esta é uma profissão com futuro”.
Ou seja, é uma profissão que “sofre deste contraste: muita gente a caminho de envelhecer e pouquíssima gente a entrar na carreira. Pelo meio, pessoas que se sentem realizadas com os alunos, mas que se sentem muito injustiçadas com a carreira, com problemas que pretendemos resolver nos próximos tempos”.
A finalizar, Francisco Oliveira expressou que os alunos reconhecem o papel e a importância do professor. “Todos os estudos feitos em Portugal dizem que a carreira docente, apesar de não ser uma profissão com o reconhecimento que já teve em termos gerais, da parte dos alunos é das profissões que mais valorizam e reconhecem a sua importância na preparação do seu futuro”.